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Marcelo tenta vida nova com Passos
Ano novo, vida nova. O Presidente da República almoça com Passos Coelho. Uma tentativa para dar a mão ao líder do PSD, numa altura em que o partido vive momentos agitados.
Marcelo Rebelo de Sousa almoça esta quinta-feira com Pedro Passos Coelho. O encontro será em Belém e tem como objectivo aproveitar a chegada de 2017 para marcar um novo tom, mais apaziguador, na relação entre os dois.
O almoço está marcado para as 13 horas no Palácio de Belém e servirá para o Presidente da República tentar desfazer o clima de tensão com o actual líder do PSD. Não serão feitas declarações à imprensa, mas Belém autorizou a recolha de imagens no início do encontro.
A relação fria entre Marcelo e Passos não vem de agora. No início de 2014, ainda Passos Coelho era primeiro-ministro, a moção que levou ao congresso do partido fixava o perfil do candidato às Presidências de 2016 e rejeitava um candidato "cata-vento". Marcelo – cujo nome já era apontado para a corrida a Belém – entendeu que Passos o que quis excluir.
Desde que Costa é primeiro-ministro que o clima de tensão se acentuou entre os dois. E nas comemorações do feriado do 1.º de Dezembro essa falta de sintonia foi evidente. Marcelo disse na cerimónia que o feriado "nunca deveria ter sido suspenso" ao que Passos respondeu dias depois que "ainda bem que [Marcelo] não é presidente do PSD".
A declaração de Passos não ficou sem resposta. "O PSD está bem entregue e o país também", disse Marcelo Rebelo de Sousa.
Com o almoço a sós, Marcelo parece assim apostado em dar a mão a Passos numa altura em que o partido atravessa uma fase mais agitada.
Segundo o Expresso, há já mais de 2.500 assinaturas de críticos de Passos Coelho para convocar um congresso extraordinário. Uma eventual reunião magna do partido nesta altura servirá para contestar a liderança de Passos.
A aproximação de Marcelo a Passos acontece numa altura em que também o Governo tenta construir pontes com o PSD. No último debate quinzenal, António Costa elogiou as propostas "muito relevantes" do PSD em matéria de descentralização de competências para as autarquias e pediu ao maior partido da oposição para participar de forma activa no debate.