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Marcelo: "Não faz sentido falar em dissolução" e não há na oposição "alternativa óbvia"

Presidente da República avisa que "não está refém da oposição" nem no bolso do Governo". Sobre o email de Hugo Mendes, frisa que "só um político estúpido iria sacrificar 200 pessoas".

Tiago Petinga / Lusa
10 de Abril de 2023 às 15:58
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O Presidente da República afastou a ideia de que possa avançar para a dissolução da Assembleia da República, sobretudo porque não vê na oposição uma alternativa clara de poder. Já sobre a polémica em torno da TAP, Marcelo Rebelo de Sousa critica o Executivo pela reunião no Parlamento entre Governo, assessores e CEO da TAP e lembra que "só um político estúpido iria sacrificar 200 pessoas" alterando um voo para agradar ao Chefe de Estado.

"Não faz sentido, neste momento, falar de dissolução", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa em Murça, distrito de Vila Real. Para o Presidente, "num ano decisivo" e com uma crise avançar com a bomba atómica. "É fazer as contas: uma eleição significa quatro meses de paragem. Seriam quatro meses de paragem da atividade económica e na aplicação dos fundos [comunitários]".

O Chefe de Estado desvalorizou também a pressão à direita para que sejam convocadas eleições legislativas, avisando que "o Presidente não está nem refém da oposição, nem no bolso do Governo".

Marcelo lembrou que também as sondagens que têm sido publicadas nas últimas semanas e que mostram - "todas, todas" - que "os portugueses acham que a governação não está a ser o que desejam, acham que a situação é difícil, que pode continuar difícil ou piorar, mas não há alternativa".

Com o líder do PSD na mira, o Presidente da República lembrou também que "neste momento não há uma alternativa óbvia em termos políticos".

O dossiê TAP cria "desgate às instituições" e o "político estúpido"

Apesar de ter afastado o cenário de dissolução, Marcelo avisou o Executivo de António Costa que "não pode dar por garantido que, por ter uma maioria absoluta, tem um seguro de vida".

Depois, criticou o "desgaste desnecessário para as instituições", numa alusão à reunião realizada no Parlamento, para preparar a audição da gestão da TAP na Assembleia da República, que contou com a bancada parlamentar do PS, elementos do gabinete dos ministro das Infraestruturas e dos Assuntos Parlamentares, a CEO da companhia aérea e deputados e assessores parlamentares.

Evitando falar sobre o que está a ser analisado na comissão parlamentar de inquérito, Marcelo acabou por ser confrontado com o email do ex-secretário de Estado Hugo Mendes onde este pedia a Christine Ourmières-Widener que alterasse um voo proveniente de Maputo para encaixar na agenda do Chefe de Estado uma data mais conveniente.

"Isso foi uma ideia estúpida e egoísta", atirou Marcelo, adiantando que "só um político estúpido iria sacrificar 200 pessoas" que iriam regressar no voo. E "seria egoísta por causa de 24 horas", acrescentou.

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