Sílvio Berlusconi, o ainda líder da coligação de centro direita que apoia o Governo de centro-esquerda de Enrico Letta, terá decidido retirar formalmente o seu apoio ao Executivo. A informação, sem citar fontes, é veiculada nesta quarta-feira pelo jornal italiano “La Repubblica” que aventa também a possibilidade de eleições antecipadas em 24 e 25 de Novembro, referindo que estas são as datas da preferência dos aliados políticos de Berlusconi.

O Governo de coligação de Enriço Letta tem estado sob intensa pressão, com Silvio Berlusconi a ameaça fazer cair o Executivo caso os partidos votem pela expulsão do antigo primeiro-ministro do Senado na sequência da sua condenação, em definitivo, por fraude fiscal. “Não estamos disponíveis para deixar o Governo continuar caso a esquerda decida impedir que o líder do Partido da Liberdade continue na políticas”, afirmou Berlusconi num comício organizado pelos seus apoiantes no fim-de-semana.

Desde que Berlusconi foi condenado a quatro anos, por fraude fiscal, no passado dia 1 de Agosto, que Letta tem lutado para conter as tensões dentro da coligação. O seu partido afirma que a expulsão de Berlusconi é obrigatória, devido a uma lei anti-corrupção promulgada em 2012.

O Partido da Liberdade, cujo líder é Berlusconi, reclama que a lei é inconstitucional e que não deve ser aplicada ao antigo primeiro-ministro. O Partido está a pressionar o Tribunal Constitucional para que este tome uma decisão sobre o assunto.

Este confronto político levou a que a diferença entre a taxa de juro implícita italiana a 10 anos chegasse aos 265 pontos base face à mesma taxa alemã, o valor mais alto em quase um ano.