O Partido Socialista passou duas mensagens na sua intervenção no debate quinzenal desta quarta-feira: por um lado, acusou o Governo de insultar os portugueses ao celebrar a saída da troika; por outro, alertou para uma possível década perdida caso o Executivo se mantenha em funções, porque as metas que foram estabelecidas para 2019 são inferiores às que foram fixadas em 2011 para o ano corrente.

Ferro Rodrigues expôs-se ainda às críticas das bancadas de direita (e das redes sociais) quando afirmou: "continuo a defender os mesmos princípios e as mesmas políticas de há quatro anos".

"Não se percebe porque é que a coligação comemora a saída da troika. Foi com a troika que puderam pôr no terreno o programa histórico da direita mais conservadora, que nunca na vida teria oportunidade" de o aplicar "se não fosse a troika", começou por dizer Ferro Rodrigues, acusando os social-democratas de criarem condições políticas que "ajudaram à chegada da troika".

E, quando ela chegou, "definiram em 2011, de vossa responsabilidade, um conjunto de objectivos para 2015, e agora definiram um conjunto de objectivos para 2019". Ora, "acontece que os objectivos que definem para 2019 são em muitos casos inferiores àquilo que tinham proposto em 2011 para 2015", nomeadamente no desemprego. Conclusão: "com a troika era mau, sem a troika é péssimo".

É por isso que o Governo é desonesto quando comemora a saída da troika. "Comemorar a saída da troika" foi "mais uma manifestação de insulto, de desprezo pelos que sofreram com a crise". Passos Coelho ripostou: "é justamente porque sabemos que as pessoas sofreram muito com a troika que faremos tudo ao nosso alcance para que não regresse".