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Ex-secretário de Estado da Saúde diz que já tinha posto lugar à disposição do ministro

O ex-secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, que se demitiu esta terça-feira, disse em entrevista à TVI que pôs o lugar à disposição do ministro da Saúde, que considerou não haver "razões objectivas nenhumas" para o exonerar.

Inês Gomes Lourenço / Correio da Manhã
12 de Dezembro de 2017 às 21:57
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"Perante este alarme público, claro que falei com o senhor ministro da Saúde e claro que lhe pus a questão", disse em entrevista à jornalista da TVI, Ana Leal, autora da reportagem que denunciou irregularidades na gestão da instituição particular de solidariedade social (IPSS) Raríssimas por parte da sua presidente, Paula Brito e Costa.

 

Questionado pela jornalista sobre se pôs o lugar à disposição no seguimento dos factos revelados pela reportagem, na qual se refere que foi contratado entre 2013 e 2014 pela associação "Raríssimas", com um vencimento de três mil euros por mês, tendo recebido um total de 63 mil euros, o agora ex-secretário de Estado confirmou.

 

"Pus com certeza. É evidente que o senhor ministro, numa atitude que tem a ver com a sua forma de pensar e de estar, e ele próprio tem autoridade para julgar as decisões que toma, disse-me: Não vejo até agora razões objectivas para poder pôr em causa o seu lugar", disse Manuel Delgado à TVI.

 

No seguimento da reportagem emitida no sábado, Manuel Delgado afirmou que nunca participou em decisões de gestão e financiamento da Raríssimas e que o seu trabalho junto da instituição se tratou de uma "colaboração técnica", algo que voltou a afirmar na entrevista de hoje.

 

Apesar de ter sido confrontado com e-mails da presidente - que se demitiu também hoje em consequência das notícias vindas a público - nos quais Paula Brito e Costa afirma que Manuel Delgado aceitou trabalhar para a Raríssimas a troco de uma remuneração de 12 mil euros brutos, carro e seguro de saúde, o ex-governante, na entrevista de hoje, afirmou que apenas negociou com o tesoureiro Jorge Nunes um vencimento de "três mil euros brutos". "Negociei com o doutor Jorge Nunes os três mil euros brutos. Acho ridículo os 12 mil euros", garantiu.

 

Manuel Delgado foi ainda confrontado com viagens pagas pela Raríssimas, em número superior àquelas que inicialmente admitiu ter feito às custas da instituição.

 

Depois de ter aceite o pedido de demissão de Manuel Delgado, o primeiro-ministro, António Costa, que se encontra em Paris para participar na cimeira 'One Planet' dedicada às alterações climáticas, propôs que Rosa Matos Zorrinho assumisse a secretaria de Estado da Saúde.

 

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deu ao final da tarde posse à nova secretária de Estado, no Palácio de Belém.

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