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Discurso de Marcelo dá lume ao caso Pizarro

O discurso de Marcelo serviu para enaltecer a implantação da República, mas acabou por alimentar a polémica sobre a incompatibilidade do ministro da Saúde. Costa considera não ser um “caso”. Montenegro pede foco ao Governo.

O Presidente da República alertou para os “erros da democracia”, provocando o debate entre António Costa e Luís Montenegro sobre o caso das incompatibilidades do ministro da Saúde.
O Presidente da República alertou para os “erros da democracia”, provocando o debate entre António Costa e Luís Montenegro sobre o caso das incompatibilidades do ministro da Saúde. António Pedro Santos/ Lusa
05 de Outubro de 2022 às 18:32
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Os governos “tendem quase sempre a ver-se como eternos” e é habitual as oposições ficarem “quase sempre a exasperarem-se pela espera”, mas “nada é eterno” e “a democracia é por natureza o domínio da alternativa, própria ou alheia”, afirmou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, num discurso na cerimónia dos 112 anos da Implantação da República. “Sabemos como erros, omissões, incompetências, ineficácias da democracia a fragilizam e a matam. Sabemos como começam as ditaduras, o que são e o que duram, e como é difícil recriar a democracia depois delas”, declarou.

Logo após as cerimónias e em declarações aos jornalistas, o líder do PSD, Luís Montenegro, reagiu ao discurso de Marcelo classificando-o como “muito pertinente” para os dias de hoje. Sobre o executivo de António Costa, o líder do principal partido da oposição considerou que “o acumular de casos, de descoordenação, de dúvidas, que tem, infelizmente, envolvido o Governo nos últimos meses, contribuem para degradar o ambiente político e o ambiente de confiança que os cidadãos têm nos seus dirigentes”. E aconselhou: “O Governo tem de deixar de estar à deriva e concentrar-se em responder àquilo que afeta realmente as pessoas”.

Também o primeiro-ministro elogiou o discurso de Marcelo, considerando-o “uma mensagem muito importante”. Mas quando questionado pela incompatibilidade do ministro Manuel Pizarro – que é sócio-gerente de uma consultora na área da saúde –, António Costa considerou que se está “a abusar talvez um pouco da palavra casos”.“Não é um caso, é um problema que acontece necessariamente a qualquer pessoa que, estando a exercer uma atividade privada, quando passa para o exercício de uma atividade pública tem de deixar de exercer essa atividade privada, e há umas que se pode fazer num minuto, há outras que leva duas semanas”, defendeu. Costa recordou ainda que “já está marcada a escritura” que vai permitir a dissolução da empresa de consultoria em que Pizarro é sócio-gerente.

Moedas declara guerra ao “jugo fiscal”

Durante a cerimónia, os olhos ficaram ainda voltados para Carlos Moedas. No seu discurso, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa pediu “audácia” contra o que considera ser um “jugo fiscal”. Para Moedas, “os desafios com que o país se depara exigem audácia e não resignação”.

“Não nos podemos resignar perante alguma estagnação económica”, disse o presidente da Câmara da capital, defendendo que é preciso que o país esteja “preparado para um mundo cada vez mais competitivo”. Um país “que liberte os portugueses do jugo fiscal que se torna insuportável para as suas vidas”, considerou. n

*Com AGÊNCIA LUSA

 

Montenegro e Costa frisaram importância do discurso de Marcelo.
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