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Deputados do PS receiam precipitação de eleições antecipadas

António Costa reuniu-se terça-feira à noite com deputados do PS e, do que ouviram, alguns ficaram com a impressão que as eleições antecipadas podem acontecer mais cedo do que o esperado, diz o Observador.

Bruno Simão
Negócios 21 de Julho de 2016 às 09:41
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Com a Europa a pressionar, a economia letárgica e a banca a pegar fogo, António Costa reuniu esta terça-feira à noite com os seus deputados que, pela primeira vez, lhe ouviram discurso "pessimista", escreve o Observador, a partir da auscultação de diversos deputados presentes na reunião. De tal modo que houve quem interpretasse o discurso como uma forma de preparar terreno para a antecipação de eleições legislativas.

Longe do tom positivo que tem marcado as suas intervenções públicas, o primeiro-ministro terá avisado que as metas orçamentais, que até agora têm corrido bem, podem derrapar na segunda metade do ano. Um crescimento económico abaixo do esperado, em parte devido a um nível de crescimento do consumo aquém das expectativas, a arrecadação de impostos vai ressentir-se, e a meta de 2,2% do PIB para o défice poderá não se concretizar, terá assumido António Costa, que, contudo, garante que ela ficará abaixo do tecto dos 3% do PIB prescritos nas regras europeias, relata o Observador.

Com muitos fogos para pagar na frente financeira, António Costa reconheceu ainda aos deputados que tem havido problemas de comunicação no dossiê da Caixa Geral de Depósitos, e que o processo se arrasta há já demasiado tempo. A responsabilidade, contudo, está sobretudo na Comissão Europeia, com quem as negociações não têm sido fáceis.

E da Europa vem outra resistência grande aos planos do Governo socialista, com o primeiro-ministro a evidenciar o isolamento português perante as sanções. Embora os espanhóis estejam ao lado de Portugal nas reuniões, será um entre poucos casos.

 

O Observador diz que esta "baixa de expectativas" e o facto de ter sido "bastante cauteloso" foi lido como uma mensagem de preparação para eleições antecipadas. 

Um dia depois da reunião do PS, Pedro Passos Coelho, durante uma reunião do Conselho Nacional do PSD, afirmou que "a conversa de que a austeridade acabou é mentirosa. A austeridade está cá toda", e acrescentou que a realidade se irá impor "muito antes das autárquicas" (Setembro/Outubro de 2017) e os portugueses vão aperceber-se e "sentir", segundo informações recolhidas pela Lusa.

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