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Deputados do PS receiam precipitação de eleições antecipadas
António Costa reuniu-se terça-feira à noite com deputados do PS e, do que ouviram, alguns ficaram com a impressão que as eleições antecipadas podem acontecer mais cedo do que o esperado, diz o Observador.
Com a Europa a pressionar, a economia letárgica e a banca a pegar fogo, António Costa reuniu esta terça-feira à noite com os seus deputados que, pela primeira vez, lhe ouviram discurso "pessimista", escreve o Observador, a partir da auscultação de diversos deputados presentes na reunião. De tal modo que houve quem interpretasse o discurso como uma forma de preparar terreno para a antecipação de eleições legislativas.
Longe do tom positivo que tem marcado as suas intervenções públicas, o primeiro-ministro terá avisado que as metas orçamentais, que até agora têm corrido bem, podem derrapar na segunda metade do ano. Um crescimento económico abaixo do esperado, em parte devido a um nível de crescimento do consumo aquém das expectativas, a arrecadação de impostos vai ressentir-se, e a meta de 2,2% do PIB para o défice poderá não se concretizar, terá assumido António Costa, que, contudo, garante que ela ficará abaixo do tecto dos 3% do PIB prescritos nas regras europeias, relata o Observador.
Com muitos fogos para pagar na frente financeira, António Costa reconheceu ainda aos deputados que tem havido problemas de comunicação no dossiê da Caixa Geral de Depósitos, e que o processo se arrasta há já demasiado tempo. A responsabilidade, contudo, está sobretudo na Comissão Europeia, com quem as negociações não têm sido fáceis.
E da Europa vem outra resistência grande aos planos do Governo socialista, com o primeiro-ministro a evidenciar o isolamento português perante as sanções. Embora os espanhóis estejam ao lado de Portugal nas reuniões, será um entre poucos casos.
O Observador diz que esta "baixa de expectativas" e o facto de ter sido "bastante cauteloso" foi lido como uma mensagem de preparação para eleições antecipadas.