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Costa demorou quatro meses até mexer no Governo. E Passos?
António Costa registou duas demissões no espaço de cinco dias, de um ministro e de um secretário de Estado. Até ter de alterar a composição do Executivo, Costa resistiu pouco mais de quatro meses. Um recorde, em comparação com Passos Coelho.
António Costa foi bem mais rápido a mexer na composição do seu Governo que o seu antecessor. Em apenas cinco dias, chegaram à secretária do primeiro-ministro dois pedidos de demissão de governantes: primeiro, o ministro da Cultura, João Soares, e depois o secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Wengorovius Meneses. O Governo de Costa resistiu cerca de quatro meses e meio até sofrer as primeiras baixas.
Com a queda de João Soares, também sai do Governo a secretária de Estado da Cultura, Isabel Botelho Leal, o que coloca o total de baixas em três.
A diferença face ao Governo de Passos Coelho é considerável. A primeira demissão da anterior legislatura ocorreu apenas cerca de oito meses e meio depois da tomada de posse. Foi o então secretário de Estado da Energia, Henrique Gomes, que protagonizou a primeira baixa, depois de uma batalha com os operadores do sector energético. Na altura, foi substituído por Artur Trindade.
A primeira mudança a nível ministerial ocorreu ainda mais tarde. Foi preciso esperar quase dois anos – em rigor, 21 meses e meio – para que Miguel Relvas apresentasse a sua demissão, levando Passos Coelho a operar a primeira alteração à orgânica do seu Executivo assumidamente minimalista – Relvas saiu e o seu ministério foi partido em dois.
Quatro meses depois, foi a vez de Vítor Gaspar, então ministro das Finanças, se demitir. Nessa ocasião, também Paulo Portas apresentou a famosa demissão "irrevogável" do cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros. A demissão não foi aceite, mas Paulo Portas mudou de pasta e tornou-se vice-primeiro-ministro.