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Costa: "o PS é o partido que melhor governa a economia e as finanças públicas”

Na abertura do 22.º Congresso do PS, que começou com a exibição de um filme de homenagem ao histórico fundador do partido, Mário Soares, o secretário-geral socialista puxou dos galões dos resultados económicos para afirmar que “acabámos com o mito de que em Portugal é a direita que sabe governar a economia e as finanças públicas”.

25 de Maio de 2018 às 21:04
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António Costa abriu o 22.º Congresso do PS, que decorre entre esta sexta-feira e domingo na Batalha, com um discurso com vários saltos temporais, do passado para o futuro, acabando no passado recente para elogiar os méritos da governação socialista ao cabo de dois anos e meio de legislatura.

 

Começando pelo fim, o secretário-geral do PS lembrou que em 2017 o Governo conseguiu o "maior crescimento [económico] do século", garantiu o início de uma "trajectória de convergência" com os parceiros da Zona Euro e contribuiu para que fossem criados 300 mil novos postos de trabalho.

Ainda a elencar os feitos alcançados pelo seu Executivo, António Costa notou que com uma "gestão rigorosa das finanças públicas", a dívida começou a ser reduzida, isto sem serem necessárias "bravatas" em Bruxelas (o que pareceu uma indirecta para os parceiros da esquerda), o que possibilitou o "menor défice da democracia". Ora, esta realidade permitiu "investir o dinheiro onde deve ser investido: nos serviços públicos", desde logo na saúde, rematou.

 

Feito o retrato recente das conquistas da acção governativa do PS, Costa proclamou que "o PS é o partido que melhor governa a economia e as finanças públicas". "Acabámos com o mito de que em Portugal é a direita que sabe governar a economia e as finanças públicas", atirou o líder socialista. Em 2019 tem lugar um ciclo eleitoral (europeias, legislativas e regionais na Madeira) e será este um dos trunfos a jogar nas campanhas que se avizinham. 


Do passado para o futuro, um partido sempre no mesmo sítio

No primeiro congresso desde a morte de Mário Soares (Janeiro de 2017), o conclave começou com um vídeo de homenagem ao seu fundador e histórico líder. Nos 45 anos do PS, António Costa fez questão de honrar uma "história que nos impõe enorme responsabilidade".

O "legado" deixado por Mário Soares foi um "grande partido" que em 45 anos de vida "afirmou uma identidade única". Num momento em que figuras cimeiras do PS discutem o rumo ideológico que o partido deve seguir, se mais à esquerda ou mais ao centro, Costa frisou que o partido está onde sempre esteve e que aí permanecerá: "estamos onde sempre estivemos, com a mesma convicção com que podemos dizer que estaremos onde estamos". 


Sendo fiéis à nossa identidade, o PS foi sempre um partido do seu tempo", prosseguiu, concluindo com "orgulho" que isso permite que qualquer português saiba, sem margem para dúvida, qual é a identidade do partido.


Na semana em que desapareceu outro histórico socialista, António Arnaut (que mereceu o maior aplauso desta primeira noite), o primeiro-ministro prometeu "continuar a alargar o acesso dos portugueses" ao Serviço Nacional de Saúde, obra do antigo presidente honorário do PS. Apesar da promessa dirigida ao futuro, Costa não deixou de recordar que, com este Governo, há "mais oito mil profissionais" no sector, mais consultas hospitalares e mais cirurgias. Mas "não chega", disse, prometendo "continuar esse trabalho".


Uma vez mais falando da obra do partido, António Costa defendeu que "o PS foi sempre e é o campeão do europeísmo em Portugal". "Fomos sempre europeístas e continuamos a ser europeístas", acrescentou, regozijando-se por o partido nunca ter posto em causa "a participação na Europa".


Seguiram-se elogios à geringonça, uma solução alcançada na actual legislatura que permitiu mudar "definitivamente a paisagem política no país, acabando com o absurdo arco da governação". Uma solução que não colocou em causa o compromisso europeu do PS: "tínhamos razão, podemos estar no euro virando a página da austeridade", concluiu recordando o fracassado vaticínio de quem avisava para a chegada do diabo.

Costa não se esqueceu de destacar o facto de o ministro das Finanças, Mário Centeno, ser agora também líder do Eurogrupo. 
"Presidimos ao Eurogrupo por mérito próprio e pelo sucesso das nossas políticas", afirmou, embora tenha sublinhando que o Governo não está satisfeito com uma União Europeia que "ainda não é a Europa que queremos". Nesse sentido, Costa afiançou que Lisboa vai lutar para que o bloco do euro não sirva para "alimentar as divergências entre os países", mas para se constituir como "um motor do desenvolvimento".

Costa quer aproveitar congresso para olhar para o "médio prazo"


O líder socialista considera que este congresso é uma oportunidade que deve ser aproveitada para "algo que é raro mas absolutamente essencial – olhar para o médio prazo". Como tal, abordou os quatro desafios estratégicos (alterações climáticas, demografia, sociedade digital e combate às desigualdades) identificados na moção global que traz ao conclave.


No âmbito desses desafios, designou a coesão do território como fundamental para o futuro do país, recordando que "uma das grandes prioridades para esta sessão legislativa é aprovar o pacote da descentralização" por uma "democracia mais viva".


Disse de seguida que, para ter um partido mais democrático, o PS vai alargar a quota paritária para "os 40% de participação mínima de cada género". 
E para suprir uma injustiça ainda por suplantar, Costa confirmou que, em Outubro do próximo ano, será feita justiça com um novo passo que vai "permitir a quem tem longas carreiras contributivas poder reformar-se sem ter qualquer tipo de penalização".


Durante esta primeira intervenção no congresso, António Costa não deixou de abordar um dos temas do momento, salientando o papel histórico do PS na luta contra a corrupção e considerando o período posterior aos governos de Cavaco Silva como a fase em que esse combate se iniciou. Esse período coincidiu com a chegada do PS e de António Guterres ao Governo.


(Notícia actualizada pela última vez às 22:40)
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