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Daniel Adrião saúda discurso de união de Costa e pede modernização do PS
O candidato derrotado nas directas do PS, Daniel Adrião, saudou esta sexta-feira "o discurso de união" de António Costa na abertura do Congresso socialista, mas pediu avanços na modernização do partido.
"É um discurso de união do partido, que é importante. Espero que seja um congresso que afirme o PS como o grande activo da democracia portuguesa, vivo, participado, onde os congressistas possam expressar livremente as suas opiniões sobre o futuro do país e se avance na modernização do partido", afirmou, em declarações aos jornalistas no final da intervenção inicial do secretário-geral do PS.
Daniel Adrião defendeu "um conjunto de reformas" que abram o partido à sua base de apoio, como a consagração de primárias para a escolha tanto do secretário-geral do PS como dos restantes titulares de cargos políticos.
"É importante que os portugueses possam ter em concreto oportunidade de escolher os seus representantes, quer ao nível da Assembleia da República, quer do Parlamento Europeu, quer das Câmaras Municipais", apontou.
O único candidato contra Costa nas últimas directas considerou esta reforma fundamental para a "reconciliação dos cidadãos com a democracia", alertando que a cada eleição a taxa de abstenção bate recordes.
Daniel Adrião, que elegeu 35 delegados ao Congresso e que obteve 4% dos votos nas eleições directas para o cargo de secretário-geral, defende a extinção do cargo de secretária-geral adjunta e uma separação absoluta entre os lugares de primeiro-ministro e de liderança do partido.
Neste Congresso, que decorre na Batalha (Leiria), além das eleições para os órgãos nacionais, por voto secreto, na manhã de domingo, os delegados terão ainda de votar dois projectos alternativos de revisão dos estatutos.
A direcção do PS abre a possibilidade de os simpatizantes passaram a participar na eleição directa do secretário-geral do partido e avança com um reforço da paridade (40%) ao nível dos cargos de todas as estruturas.
Daniel Adrião, por sua vez, pretende introduzir a obrigatoriedade de eleições primárias (abertas a todos os cidadãos) para a liderança do PS, mas, igualmente, para candidatos a deputados, eurodeputados, presidentes de câmara, primeiro-ministro, entre outros lugares de representação externa.