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Eurocépticos em Itália? "Temos de fazer da Zona Euro uma fonte de entusiasmo para todos", diz Centeno
Centeno não demonstra preocupação com a situação italiana ou espanhola. Para o presidente do Eurogrupo a palavra de ordem é "continuidade". As críticas deixa-as para Trump e as tarifas impostas à UE.
O presidente do Eurogrupo desdramatiza a situação italiana onde um Governo eurocéptico deverá, na próxima semana, assumir funções. Para Mário Centeno é preciso "fazer da Zona Euro uma fonte de entusiasmo para todos", referindo que haverá flexibilidade na aplicação das regras. Quanto à guerra comercial, mostrou-se céptico em relação aos benefícios desta para os EUA.
À margem do encontro dos ministros das Finanças do G7, onde a Zona Euro é representada pelo presidente do Eurogrupo, Mário Centeno deu um entrevista à Bloomberg onde evitou dramatizar o que se está a passar em Itália e Espanha.
Para o ministro das Finanças português "é a democracia a acontecer". E repetiu o discurso que tem dito sempre nos últimos meses: "Temos de continuar a trabalhar com todos os países europeus para progredir na nossa agenda [da reforma da Zona Euro]".
Mas Centeno foi mais longe. Questionado pela Bloomberg sobre se o novo ministro das Finanças italiano, enquadrado num Governo eurocéptico, será um problema nas reuniões do Eurogrupo, o português optou pela palavra "continuidade" para descrever o que vai acontecer daqui em diante.
Giovanni Tria foi o escolhido para assumir o cargo de ministro da Economia, que tem a pasta das Finanças em Itália. Tria não tem o mesmo perfil de Paolo Savona, preferindo abordagens económicas e declarações públicas menos controversas. Contudo, partilha do essencial da visão de Savona em relação aos defeitos da construção da União Económica e Monetária.
Perante a insistência do jornal, Centeno admitiu alguma flexibilidade: "As regras que construímos à volta da moeda única são iguais a todos os Estados-membros, mas nós achamos que têm de ser aplicadas de uma forma flexível para que se possam adaptar às circunstâncias económicas".
Na mesma entrevista, não escondeu que a crise política em Itália teve um grande impacto nos juros dos países periféricos. "Quando estamos numa União Monetária e Económica e ocorrem este tipo de situações, [os efeitos] espalham-se em toda a área", admitiu. Esta semana os juros portugueses a dez anos ultrapassaram a barreira dos 2%, atingindo um máximo de Setembro.
Contudo, Mário Centeno fez questão de assinalar que "hoje houve uma forte correção nos mercados". De facto, nos últimos dois dias os juros portugueses, assim como os italianos, aliviaram no mercado secundário da dívida. Esta sexta-feira a taxa de juro da dívida portuguesa a dez anos está abaixo de 2%.
Sobre a decisão de Donald Trump de avançar com as tarifas no aço e alumínio para a União Europeia, Canadá e México, Mário Centeno instou as várias partes interessadas a continuar as discussões multilaterais, remetendo para Organização Mundial do Comércio. Mas disse ser "céptico sobre se, no final do dia, estas guerras comerciais vão funcionar para os países que as começaram".
À margem do encontro dos ministros das Finanças do G7, onde a Zona Euro é representada pelo presidente do Eurogrupo, Mário Centeno deu um entrevista à Bloomberg onde evitou dramatizar o que se está a passar em Itália e Espanha.
Mas Centeno foi mais longe. Questionado pela Bloomberg sobre se o novo ministro das Finanças italiano, enquadrado num Governo eurocéptico, será um problema nas reuniões do Eurogrupo, o português optou pela palavra "continuidade" para descrever o que vai acontecer daqui em diante.
Giovanni Tria foi o escolhido para assumir o cargo de ministro da Economia, que tem a pasta das Finanças em Itália. Tria não tem o mesmo perfil de Paolo Savona, preferindo abordagens económicas e declarações públicas menos controversas. Contudo, partilha do essencial da visão de Savona em relação aos defeitos da construção da União Económica e Monetária.
Perante a insistência do jornal, Centeno admitiu alguma flexibilidade: "As regras que construímos à volta da moeda única são iguais a todos os Estados-membros, mas nós achamos que têm de ser aplicadas de uma forma flexível para que se possam adaptar às circunstâncias económicas".
Na mesma entrevista, não escondeu que a crise política em Itália teve um grande impacto nos juros dos países periféricos. "Quando estamos numa União Monetária e Económica e ocorrem este tipo de situações, [os efeitos] espalham-se em toda a área", admitiu. Esta semana os juros portugueses a dez anos ultrapassaram a barreira dos 2%, atingindo um máximo de Setembro.
Contudo, Mário Centeno fez questão de assinalar que "hoje houve uma forte correção nos mercados". De facto, nos últimos dois dias os juros portugueses, assim como os italianos, aliviaram no mercado secundário da dívida. Esta sexta-feira a taxa de juro da dívida portuguesa a dez anos está abaixo de 2%.
Sobre a decisão de Donald Trump de avançar com as tarifas no aço e alumínio para a União Europeia, Canadá e México, Mário Centeno instou as várias partes interessadas a continuar as discussões multilaterais, remetendo para Organização Mundial do Comércio. Mas disse ser "céptico sobre se, no final do dia, estas guerras comerciais vão funcionar para os países que as começaram".