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Costa dispensa "intimidade" com Bloco e PCP dentro do Governo

"Amigo dos funcionários públicos", o primeiro-ministro não acredita que os partidos à esquerda do PS estejam preparados para integrar um Executivo, notando que "para uma relação mais íntima" era precisa "maior proximidade" em dossiês europeus e orçamentais.

Fernando Veludo/Lusa
23 de Novembro de 2018 às 20:43
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António Costa considerou esta sexta-feira, 23 de Novembro, que a geringonça "dinamizou a democracia, alargou o leque de opções eleitorais e demostrou que é possível governar de forma diferente", reforçando também a satisfação e a confiança dos portugueses em relação às instituições democráticas.

 

Numa sessão no Porto em que fez o balanço de três anos da actual solução governativa, o primeiro-ministro valorizou que nestes anos o país "virou a página da austeridade" ao mesmo tempo que manteve as contas públicas equilibradas. No entanto, mostrou muitas dúvidas em relação à integração do Bloco de Esquerda ou do PCP num futuro Executivo, caso vença as eleições de 2019 sem maioria absoluta.

 

"Os partidos têm programas diferentes. Uns acreditam numa coisas e outros noutras. Não creio que a evolução que houve em todos os partidos permita esse avanço", resumiu António Costa em relação à possibilidade de ter estes partidos mais pequenos da esquerda ao seu lado no Conselho de Ministros. E não duvidando de que este Governo "teria sido menos eficaz com uma solução a três".

 

O chefe do Executivo sublinhou mesmo que "a chave do sucesso desta solução governativa é cada um manter-se na sua posição fundamental" e o "respeito pelas diferenças", assegurando que "não [vai] exigir ao PCP que não defenda o abandono da NATO ou ao Bloco de Esquerda que defenda o cumprimento do tratado orçamental". "Para uma relação mais íntima tínhamos de ter maior proximidade" em alguns destes dossiês, acrescentou.

 

Costa, o amigo da Função Pública

 

Numa conferência de imprensa em que apontou os incêndios de 2017 e o roubo de armas em Tancos como os "momentos mais dramáticos" do mandato até este momento, Costa alertou para a "catástrofe financeira" das propostas de alteração ao OE2019 e insurgiu-se contra a paralisação dos juízes – "quem é titular de um órgão de soberania não recorre à greve", lamentou – e também em vários sectores da Função Pública.

 

Recordando a reposição dos salários que tinham sido cortados, o regresso ao horário das 35 horas semanais e o descongelamento das carreiras, o primeiro-ministro socialista reclamou mesmo que "se há coisa que não se pode apostar a este Governo é que não seja amigo dos funcionários públicos".

 

"Não podemos dar um passo maior do que a perna porque arriscaríamos a perder o que conseguimos", insistiu Costa, em referência aos riscos externos que podem atingir a economia portuguesa. Ironizando que "tanta gente acha que 2019 é o último ano das nossas vidas", garantiu que "não é por haver eleições em 2019 que [vai] colocar em perigo o que foi conseguido" durante esta legislatura.

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