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Costa avisa que governação não pode ser sacrificada ao eleitoralismo

O secretário-geral do PS frisou hoje que quer manter os parceiros de solução governativa, mas avisou que no último ano de legislatura não pode deitar abaixo o que foi conquistado e que o orçamento precisa de continuidade.

03 de Julho de 2018 às 14:39
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"Tenho a certeza de que todos partem para esta negociação do [Orçamento do Estado para 2019] com o mesmo espírito construtivo. Não será seguramente por ser ano de eleições que vamos sacrificar a boa governação ao eleitoralismo. Não vai ser seguramente por ser o último ano da legislatura que vamos pôr em causa tudo aquilo que conquistámos duramente ao longo dos três últimos três anos", advertiu António Costa.

 

António Costa assumiu esta posição sobre as negociações do Orçamento do Estado para 2019 no encerramento das Jornadas Parlamentares do PS, que decorreram nos distritos de Évora e Beja, numa sessão que decorreu no concelho de Moura, junto à barragem do Alqueva.

 

"O próximo orçamento precisa de continuidade na estabilidade das políticas. O país não espera nem deseja qualquer mudança - e é nesse sentido que iremos construir o Orçamento para 2019", acentuou.

 

Na sua intervenção, o líder socialista começou por frisar que o PS, no momento em que se prepara para entrar em novas negociações, "não está arrependido da solução governativa" com o apoio dos parceiros parlamentares de esquerda.

 

Costa disse mesmo que o PS "não quer mudar, nem o PS mudou", num recado em que rejeitou aproximações ao novo PSD.

 

"É uma negociação orçamental para a qual partimos com espírito construtivo no sentido de encontrar resposta para as necessidades do país. Não vi até agora nenhum anterior orçamento que tivesse sido fácil, mas também não tenho visto nenhum. E tenho a certeza que este, sendo mais fácil ou mais difícil, também vai ser possível", disse, aqui numa nota para desdramatizar este processo.

 

Neste contexto, António Costa afirmou depois não acreditar que o PEV, o PCP ou o Bloco de Esquerda "queiram pôr em causa aquilo que tem sido o sucesso desta solução governativa".

 

"Se já provámos que era possível governar bem, com crescimento económico, ao mesmo tempo que temos finanças públicas saudáveis, por que iriamos agora pôr em causa no último ano da legislatura aquilo que já provámos em três sucessivos orçamentos? Bem sei que a direita nos habituou ao mau hábito da rectificação orçamental, mas esta maioria não teve nenhum - e não vejo razão para rectificarmos agora o que temos feito bem ao longo destes três anos", alegou ainda.

 

Neste ponto, deixou um o secretário-geral do PS deixou mais um recado aos parceiros de esquerda.

 

"Porque o mundo não acaba com esta legislatura. Continua desde logo com uma nova legislatura. E é preciso que todos provem bem sobre esta solução nesta legislatura para haja continuidade desta solução de governo nesta legislatura", sustentou.

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