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Cavaco Silva avisa quem o está a pressionar que é melhor "desistir"
Cavaco Silva não demite o Governo e não se envolve "em lutas internas dos partidos". O Presidente da República considera que as instituições democráticas portuguesas funcionam exactamente como no resto da Europa.
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"Se alguém pensa que está a pressionar-me é melhor desistir, porque eu não cedo a nenhumas pressões venham elas de onde vierem". Cavaco Silva falou esta sexta-feira 6 de Junho à margem do encontro COTEC Portugal, em Lisboa, para deixar bem frisado que não iria envolver-se em lutas partidárias nem em jogos políticos.
"Eu guio-me exclusivamente por aquilo que considero ser o superior interesse nacional", afirmou o Presidente da República, em declarações citadas pela Lusa.
As palavras de Cavaco Silva ocorrem num momento em que a oposição pede uma intervenção do Chefe de Estado para impedir os "ataques" do Governo ao Tribunal Constitucional, que chumbou artigos inscritos no Orçamento do Estado para 2014 como os cortes salariais.
"Alguma crise política teria um custo muito, muito elevado para os portugueses", frisou o Presidente da República, para justificar a ideia de que não irá demitir o Governo.
"Essa é uma competência da Assembleia da República, não do Presidente da República. O Governo responde politicamente perante a Assembleia da República e não perante o Presidente", acrescentou. Para Cavaco Silva, tudo se trata de "jogadas de natureza política partidária" e adiantou que o Presidente "nunca irá fazer qualquer ingerência em lutas internas dos partidos".
Sobre as críticas do Executivo às decisões do Palácio Ratton, o Chefe de Estado defendeu que "não encontra diferença" entre instituições democráticas na Europa e em Portugal.
"Encontro só numa matéria: em Portugal existe um menor apetite para o diálogo e para o compromisso interpartidário", disse, falando no sentido em que tem insistindo nos últimos meses.
(Notícia actualizada com mais informações às 19h31)