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Catarina Martins: Maiorias absolutas são "muito perigosas". PCP é imprescindível

Em entrevista à Antena 1, a coordenadora bloquista apontou baterias ao PS alertando para o perigo inerente a uma eventual maioria absoluta dos socialistas e adotou um tom de aproximação face ao PCP que considera "imprescindível" para tornar possível um governo de esquerda em Portugal.

Catarina Martins
11 de Setembro de 2019 às 13:18
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Dura com o PS e suave com o PCP, foi este o tom adotado por Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, na entrevista concedida esta quarta-feira, 11 de setembro, à Antena 1.

Quanto à possibilidade de se verificar o cenário apontado como possível pelas sondagens de que o PS pode alcançar uma maioria absoluta nas legislativas de 6 de outubro, Catarina Martins alerta para o "perigo" e dá o exemplo da última legislatura para defender a importância de limitar a representação dos socialistas no Parlamento.

Para Catarina Martins, com maioria absoluta do PS não teria sido constituída a chamada geringonça e o país estaria pior. Em entrevista à Renascença, a líder do Bloco já havia sinalizado o compromisso do Bloco em tudo fazer para possibilitar a reedição de uma nova solução governativa à esquerda.


Catarina Martins: Maioria absoluta do PS é perigosa
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Catarina Martins: Maioria absoluta do PS é perigosa

"As maiorias absolutas são perigosas. Lembro que se o PS tivesse tido maioria absoluta em 2015 tinha descido a TSU das empresas para a Segurança, tinha congelado as pensões e o salário mínimo nacional não tinha subido os 95 euros que subiu ao longo destes quatro anos", afirmou defendendo que "as pessoas lembram-se do que foram maiorias absolutas no passado, sabem desse perigo".

De seguida, Catarina Martins reafirmou o compromisso do Bloco em se apresentar às próximas eleições com o objetivo de conseguir a "melhor relação de forças possível para que as ideias que temos possam ir para a frente".

No âmbito dessa relação de forças e numa altura em que o PCP surge em quebra nas intenções de voto, a líder do BE considera indispensável a participação e força dos comunistas. E acrescentou ter gostado de trabalhar com o PCP, partido com o qual o Bloco conseguiu convergir em diversas matérias.

"Valorizamos muito a convergência que temos tido com o PCP. Claro que sabemos também das dificuldades. Não é rivalidade, são dificuldades, desacordos. Não me esqueço, por exemplo, que o PCP votou contra a paridade entre homens e mulheres. Temos diferenças, elas são visíveis e conhecidas, mas temos enormes convergências. E nós temos gostado muito de trabalhar com o PCP e eu acho que o PCP é imprescindível a um equilíbrio de forças que permita um Governo à esquerda no país".


Catarina Martins: PCP é imprescindível no equilíbrio de forças à esquerda
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Catarina Martins: PCP é imprescindível no equilíbrio de forças à esquerda

Outro tema em cima da mesa e que fora abordado no frente a frente que Catarina Martins teve na sexta-feira passada com o primeiro-ministro, António Costa, diz respeito à ausência de contas no programa eleitoral do PS.

"Acho estranho que um partido, que ainda por cima está no Governo, apresenta um programa eleitoral sem contas", disse sustentando que essa não é "uma forma clara de fazer as coisas" e que "era bom que [António Costa] dissesse ao que vem".

Catarina Martins explicou ainda o que pretendia dizer quando afirmou que o programa do Bloco era social-democrata, isto apesar de noutras circunstância ter reconhecido o partido como estando situado na esquerda radical.

No entender da coordenadora do BE, as mudanças operadas nos quadros políticos considerados tradicionais fizeram com que "causas que pertenceram historicamente à social-democrata" hoje só encontrem correspondência nos "programas à esquerda".


Catarina Martins: Costa deve dizer ao que vem e apresentar contas
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Catarina Martins: Costa deve dizer ao que vem e apresentar contas

De entre as medidas que constam no programa do Bloco, Catarina Martins destacou como prioridades o reforço do investimento público, o aumento do salário mínimo, a regulação dos arrendamentos e a recuperação para a esfera estatal de empresas estratégias, designadamente nos correios e energia.

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