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Caso Assange: MNE britânico diz que conclusões da ONU são "ridículas"

Philip Hammond apelida de "leigos" membros do grupo de trabalho da ONU e não reconhece as acusações de detenção "arbitrária" de Assange. O fundador do Wikileaks já se mostrou feliz pela decisão das Nações Unidas.

Philip Hammond, ministro dos Negócios Estrangeiros
Reuters
05 de Fevereiro de 2016 às 12:59
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O ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido considerou "ridículas" as conclusões de um grupo de trabalho das Nações Unidas segundo as quais a detenção do fundador do Wikileaks, Julian Assange, foi "arbitrária".

"Rejeito a decisão deste grupo de trabalho. (…) É um grupo constituído por leigos e não advogados. Julian Assange é um fugitivo à justiça. Está a esconder-se da justiça na embaixada do Equador", declarou esta sexta-feira Philip Hammond em entrevista à cadeia de televisão britânica ITV.

"Ele pode sair [da embaixada] quando quiser… Mas se o fizer terá de enfrentar a justiça na Suécia. Francamente, esta é uma conclusão ridícula do grupo de trabalho e rejeitamo-la", afirmou.

O grupo de trabalho constituído junto do Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU considerou esta sexta-feira que a detenção de Assange, em Dezembro de 2010 pela Suécia e Reino Unido, foi "arbitrária", e reclamou uma indemnização para o detido.

"O grupo de trabalho considerou que o Sr. Assange foi submetido a várias formas de privação de liberdade: detenção inicial na prisão de Wandsworth, que foi seguida de [550 dias de] prisão domiciliária e refúgio na embaixada do Equador", lê-se no comunicado divulgado pelo Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU, onde se garante também que a decisão é "legalmente vinculativa", ao contrário do que defendem as autoridades britânicas.

Entretanto, em declarações à imprensa, Assange reconheceu que a decisão da ONU o deixou feliz: "Temos hoje uma vitória significativa que trouxe um sorriso à minha cara", afirmou.

Julian Assange foi detido em 7 de Dezembro de 2010, depois de um mandado internacional de captura por alegações da prática de crimes sexuais. Após detenção em isolamento e prisão em casa, o fundador do Wikileaks pediu asilo à Embaixada do Equador, em Londres, onde se encontra desde Agosto de 2012. Pende sobre ele um pedido de extradição para a Suécia.


Esta quinta-feira, a um dia de conhecer a decisão - mas quando já circulava a notícia de que a ONU decidiria a seu favor -, Julian Assange dispôs-se a entregar-se às autoridades caso as Nações Unidas entendessem que a detenção era legal. 

Assange fundou o Wikileaks em 2006, a plataforma que quatro anos depois revelou detalhes sobre o envolvimento dos EUA nas guerras do Afeganistão e do Iraque, publicando telegramas secretos da diplomacia de Washington. Desde então, o Wikileaks revelou mais de 500 mil documentos confidenciais da Defesa norte-americana.

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