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Berlusconi não vai pedir indulto

O ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi assegurou que não pedirá indulto ao Presidente da República pela sentença judicial que o condenou a quatro anos de prisão.

François Lenoir/Reuters
18 de Agosto de 2013 às 20:04
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"Não me passa pela cabeça pedir indulto. Não o farei hoje, não o farão os meus filhos, nem os meus advogados", disse Berlusconi, numa notícia divulgada hoje pelo diário “La Repubblica” e citada pela agência espanhola EFE.

 

O líder da formação de direita Povo da Liberdade (PDL) acrescentou que nada fará também em relação à pena de prisão de um ano que lhe falta cumprir e que, por ter mais de 70 anos, poderá ser cumprida em trabalho social. Dos quatro anos a que foi condenado, três já foram amnistiados devido à lei do indulto de 2006 do Governo de Romano Prodi.

 

"Não pedirei os serviços sociais, nem os domiciliários. Continuarei a minha batalha de cabeça erguida, mesmo que seja na prisão", assinalou.

 

De nada serviram os conselhos dos advogados de Berlusconi para que o líder da direita italiana recorresse aos serviços sociais e assim, segundo lhe explicaram, fizesse acalmar o ambiente no Partido Democrata (PD) face às críticas que os dirigentes deste partido lhe teceram por o dirigente do PDL ter sido condenado por fraude fiscal, uma sentença confirmada pelo Supremo Tribunal.

 

Se o primeiro-ministro cumprir os nove meses de serviços sociais, a decisão de pôr fim à sua atividade de senador alargar-se-ia no tempo, o Governo mantinha-se de pé e a capacidade de manobra de Berlusconi ampliar-se-ia, segundo os advogados.

 

Nas declarações ao "La Repubblica", Berlusconi disse já não acreditar em promessas, alegando estar "dececionado", "ferido" e "amargurado".

 

Há uns dias, o chefe de Estado, Giorgio Napolitano, afirmou não ter recebido qualquer pedido de indulto de Berlusconi, acrescentando que o estudaria caso o recebesse.

 

Estas declarações foram proferidas depois de Napolitano ter recebido um grupo de apoiantes do ex-primeiro-ministro que lhe pediram que interviesse perante a situação do dirigente do PDL e a consequente crise no Governo.

 

Por seu lado, o Partido Democrata (PD) e o líder social-democrata Enrico Letta, primeiro-ministro do Governo de coligação parlamentar entre o centro-esquerda (PD) e o centro-direita (PDL), estão a estudar o que fazer caso Berlusconi perca o mandato de senador.

 

No início de agosto, os cinco deputados do PDL pediram a demissão em protesto contra a condenação definitiva de Berlusconi.

 

A este respeito e dirigindo-se concretamente ao primeiro-ministro, nas declarações que prestou ao La Repubblica, Berlusconi disse: "Letta não pode proceder como se nada tivesse acontecido, como se não conhecesse a minha situação. Se quer seguir em frente, deve tomar uma decisão".

Silvio Berlusconi, de 76 anos, fora condenado em primeira instância e em apelo a uma pena de quatro anos de prisão e impedido de exercer cargos públicos durante cinco anos, no âmbito do caso Mediaset.

 

No início de agosto, o Supremo tribunal italiano confirmou a pena de prisão aplicada ao dirigente da direita italiana pelo tribunal de primeira instância e decidiu voltar a julgar em apelo a proibição de exercer funções públicas durante cinco anos.

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