Silvio Berlusconi viu esta quinta-feira a sentença de quatro anos de prisão ser confirmada pelo Supremo Tribunal, num caso de fraude fiscal que envolve a sua empresa de media, a Mediaset.

Contudo, o Tribunal não aceitou a imposição de cinco anos de inibição de cargos públicos a Berlusconi, solicitando ao tribunal de instância mais baixa que reapreciasse o caso.

De acordo com a Reuters, esta sentença poderá gerar uma crise na “frágil” coligação que apoia o Governo liderado por Enrico Letta, apesar de Berlusconi ter já garantido antes que qualquer que fosse a decisão do Supremo, o seu partido iria continuar a apoiar o Governo. 

Berlusconi, de 76 anos, condenado em primeira instância e em apelo por um tribunal de Milão, a quatro anos de prisão, três já abrangidos por uma amnistia, não deverá no entanto ser enviado para a prisão devido à sua idade.

Como recorda a Lusa, num artigo publicado domingo pelo jornal Líbero, Berlusconi disse que estava disposto a ir para a prisão se o Supremo confirmasse a pena da instância judicial de Milão.

"Não vou ser um exilado nem aceitar fazer serviços sociais como um criminoso que tem de ser reeducado. Tenho quase 78 anos e teria direito a prisão domiciliária, mas, se for condenado, irei para a cadeia", declarou o antigo governante.

O ex-primeiro-ministro italiano, proprietário da empresa financeira Fininvest, do império mediático Mediaset e do clube de futebol AC Milan, foi condenado neste caso por crimes de fraude fiscal na compra de direitos de filmes.

Em Junho, num julgamento separado, Berlusconi foi condenado a sete anos de prisão por incitação à prostituição de menores e por abuso de poder. Essa condenação está suspensa até que haja uma decisão sobre o recurso apresentado pelos advogados de Berlusconi.