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Letta: Itália “não tem alternativa” governativa
O primeiro-ministro italiano considera que “não existe alternativa à necessidade de, uma vez por todas, pôr de lado as diferenças e conquistar a estabilidade”.
Os resultados relativos ao PIB italiano no segundo semestre deste ano revelaram que apesar da contracção de 0,2%, a recessão, que já dura há dois anos, poderá estar prestes a ser ultrapassada. Desde a entrada em funções do novo Governo de Enrico Letta, os resultados têm vindo a melhorar os índices de confiança da economia italiana.
No seguimento destes resultados e como corolário dos primeiros 100 dias de Governo, Letta apresentou, esta terça-feira, um relatório onde não fugiu à crise politico-judicial espoletada pela confirmação da condenação de Silvio Berlusconi, figura carismática do PdL.
De acordo com o “Corriere della Sera”, Letta crítica que se preste demasiada atenção “à política quando esta se encontra efervescente” e garante que os italianos sabem que “esta experiência e quem a representa não pretende durar para sempre, nem sequer servir de modelo, porque tem somente a ambição e o dever de servir o país”, até porque os “italianos compreendem que não existe alternativa”.
Dirigindo-se novamente aos italianos, Enrico Letta, pegando nos dados económicos agora conhecidos, lembra que Itália está “ a um passo da inversão e de vencer a crise mais dramática que esta geração alguma vez havia visto”. Depois de o PdL de Berlusconi, cujos membros estão a tentar capitalizar a polémica em torno do seu líder, e de Beppe Grillo ter, esta terça-feira, pedido que o Presidente Giorgio Napolitano “passe o testemunho”, Letta instou os cidadãos para que não se deixem “assustar com a obsessão pelo consenso imediato, pela consulta compulsiva das respectivas declarações” devido ao risco do próprio “eleitorado não perceber o interesse de um amplo acordo”.
Por fim, o actual líder do PD e primeiro-ministro recorda os italianos de que “todos [sabíamos] que não seria fácil” mas os esforços e “trabalho paciente” do Governo demonstram que “é possível trabalhar por Itália e pensar no futuro”.