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BE comprometido com "acordo" com o Governo e aberto a entendimentos à esquerda nas autarquias

Em contraste com o PCP, que afastou a repetição de uma solução semelhante à "geringonça" a nível local e disse não estar amarrado a um acordo com o Governo PS, Catarina Martins diz que os compromissos com os socialistas se mantêm e está aberta a entendimentos à esquerda nas autarquias.

04 de Outubro de 2017 às 11:21
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No final da reunião da comissão política do Bloco de Esquerda, destinada a fazer o balanço das eleições autárquicas do último domingo, a líder do partido reafirmou o compromisso com o acordo com o Governo e disse-se disponível para entendimentos à esquerda nas autarquias.

"O Bloco de Esquerda mantém o compromisso de sempre e a determinação em fazer cumprir os compromissos que assinámos em Novembro de 2015," afirmou Catarina Martins esta quarta-feira, 4 de Outubro, em declarações em Lisboa transmitidas pela RTP 3.

A líder do BE destacou ainda que embora os resultados eleitorais deste fim-de-semana não possam ser extrapolados para o contexto nacional, são "os resultados no país de um acordo à esquerda e a perspectiva de melhoria de condições de vida populações que fazem com que direita tenha tido uma pesada derrota," nas autárquicas.

E, sobre possíveis réplicas a nível autárquico do entendimento alcançado no âmbito nacional para o Governo, Catarina Martins manifestou-se favorável: "Continuamos disponíveis, com abertura para isso. (…) O que é preciso é discutir bases programáticas que definam executivos à esquerda," afirmou.

Palavras que contrastam com a indisponibilidade manifestada ontem pelo outro parceiro do entendimento à esquerda, o PCP, que ontem afastou a repetição da "geringonça" a nível local e que disse não estar "amarrado a nenhum acordo" com o Executivo.

"Não vai haver repetição da solução política encontrada nesta fase da vida política nacional. A única garantia que daremos é a de que continuaremos a trabalhar em maioria ou minoria para resolver os problemas de cada terra, cada concelho. Por exemplo, em Lisboa, não existirá essa possibilidade de encontrar um modelo como foi encontrado ao nível nacional", afirmou Jerónimo de Sousa, após reunião do comité central do PCP, na sede nacional do partido, citado pela Lusa.

Sobre os resultados eleitorais obtidos pelo Bloco nas eleições, a coordenadora do partido reconheceu a "presença modesta no mapa autárquico em Portugal", mas disse que o "crescimento abre novas perspectivas e maior capacidade de influência e trabalho."

"O Bloco de Esquerda foi um dos partidos que sozinho mais cresceu em votos nestas autárquicas," concretizou. Isolado, nas eleições para câmaras municipais, o BE obteve 170 mil votos, mais cerca de 50 mil do que há quatro anos. Nas assembleias municipais a subida foi de quase 60 mil e nas assembleias de freguesia na ordem dos 54 mil, segundo os dados do escrutínio.

A comissão política do BE concluiu que este resultado permitiu atingir o objectivo "de aumentar representação nos municípios e freguesias," a que a líder bloquista acrescenta a derrota da direita e a redução das maiorias absolutas, como aconteceu na câmara da capital em que a eleição de Ricardo Robles foi "decisiva para retirar a maioria a Fernando Medina."
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