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As aventuras de @MacaesBruno no Twitter

Em menos de um mês, Bruno Maçães, secretário de Estado dos Assuntos Europeus, esteve envolvido em duas polémicas discussões com economistas e jornalistas internacionais na sua página pessoal do Twitter. E já há um jogo sobre isso.

Miguel Baltazar/Negócios
07 de Agosto de 2015 às 15:34
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Não é a primeira vez e não parece que seja a última. O secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Bruno Maçães, voltou a envolver-se numa polémica no Twitter no início desta semana com Philippe Legrain, um economista britânico que respondeu à partilha de Bruno Maçães de um artigo do Wall Street Journal com o comentário de que os países europeus em crise "já deixaram o pior para trás". 

Com 40 anos, o antigo assessor de Pedro Passos Coelho, nomeado secretário de Estado há dois anos, mostra uma grande iniciativa e à vontade nas redes sociais, fazendo várias publicações por dia. Nos últimos meses, a actividade de Bruno Maçães no Twitter tem atraído atenção, não só dos seguidores portugueses, mas utilizadores da rede a nível internacional. Entre apoiantes e críticos, o secretário de Estado usa a rede social como ferramenta política.

O uso do Twitter por governantes não é uma novidade, mas viu a sua relevância política renovada com as negociações gregas. Durante as difíceis e longas negociações, foram muitos os anúncios e posições escritas em 140 caracteres. Alguns académicos e consultores de comunicação afirmam mesmo o que se passou na rede social poderá ter influenciado algumas decisões

Apesar de ser cada vez mais comum ver governantes, portugueses e estrangeiros, a utilizar esta rede social para anúncios, partilha de posições, desmentidos de notícias e publicação de documentos, Bruno Maçães destaca-se pela frequência, mas também pelo seu estilo, mais informal. Com publicações rápidas e actualizadas, Bruno Maçães mostra-se confortável nestas discussões virtuais e não hesita em interpelar ou responder a publicações que coloquem em causa os números de crescimento da economia portuguesa apresentados pelo Governo. Ao mesmo tempo, Bruno Maçães usa a rede social para ir partilhando com os seus seguidores a sua presença em Bruxelas e os momentos oficiais nos quais marca presença. 




Na polémica mais recente, que inaugurou e dominou esta semana, Phillipe Legrain, economista britânico e antigo assessor de Durão Barroso, chegou mesmo a duvidar da veracidade da conta de Maçães, questionando se se tratava de uma página satírica e acusando o secretário de Estado de infantilidade, questionando o comportamento do governante português.

 

Esta resposta aconteceu na quarta-feira, depois de Maçães ter reacendido a polémica ao voltar a identificar o economista britânico nas suas partilhas face aos dados do desemprego que haviam sido publicados. Fê-lo pedindo a Legrain um comentário "de uma forma calma e começando por admitir os anteriores erros de análise".

O economista britânico tinha concluído a discussão na segunda-feira questionando os argumentos de Maçães, rematando que se tinha rido "face à sua falta de argumentos".


A publicação foi fortemente partilhada e um dos utilizadores desafiou a criação de um jogo online que incluísse o secretario de Estado a "desviar-se" de factos e dados económicos. O pedido foi ouvido. O jogo chama-se "Flying Bruno Maçães" e na primeira hora já existiam pelo menos duas centenas de jogadores.
 



Grécia, uma das polémicas recorrentes

Mas as polémicas já vêm muito detrás. Há cerca de dois anos, Maçães foi apelidado pelos seus detractores como "o alemão" depois de ter passado pela Grécia e alinhado com as posições mais duras da Alemanha, o que gerou fortes críticas na imprensa grega. A polémica rapidamente chegou a Portugal, com a jornalista Constança Cunha e Sá a acusar Maçães de "lunático". Na altura, Maçães reagiu no tweet, uma vez mais no seu registo informal e em estilo jocoso: "A esquerda grega chamou-me alemão, oh não!".

A Grécia tem sido um dos temas preferidos de Maçães. Já depois da eleição de Alexis Tsipras, Maçães não poupou críticas ao também polémico e assíduo utilizador do Twitter Yanis Varoufakis, depois deste ter dito que altos dirigentes italianos lhe tinham confessado que a Itália também não conseguiria pagar a sua dívida.


Depois da TVI ter escrito uma notícia onde reunia alguns dos tweets de Bruno Maçães, o secretário de Estado bloqueou um dos jornalistas.


A polémica mais recente ocorreu no mês passado, quando o secretário de Estado se mostrou desagradado com os números incluídos num artigo do jornal americano Wall Street Journal sobre o estado da economia portuguesa e identificou a repórter correspondente em Lisboa que escreveu a peça, exigindo uma correcção dos dados apresentados para os números que considerava verdadeiros


O Negócios tentou obter uma reacção de Bruno Maçães, mas sem sucesso. É certo que não tentámos através do Twitter.


Notícia corrigida às 17:31. Onde agora se lê "A esquerda grega" anteriormente constava "os gregos".

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