Bruno Maçães (na foto), secretário de Estado dos Assuntos Europeus, diz não ter dúvidas de que a saída do programa da troika será bem sucedida, mas é cedo para falar de êxito na frente económica.

"Vamos ter uma saída bem sucedida do programa em Maio, sem dúvida”, afirmou em entrevista à CNBC, acrescentando ser “prematuro” saber se, no pós-troika, o País prescindirá de qualquer apoio extra europeu ou se, pelo contrário, pedirá uma linha de crédito cautelar ao Mecanismo Europeu de Estabilidade.

Essa decisão só deverá ser tomada mais perto de Maio, sinalizou Bruno Maçães, ao afirmar que a Irlanda só decidiu o que fazer, optando por não pedir

uma linha cautelar, um mês antes do fim do seu programa da troika. “É assim que deve ser feito, em posse de todos os dados”.

Questionado sobre se Portugal pode ser considerado uma estória de sucesso da austeridade, Maçães responde que estão em curso reformas e mudanças estruturais, dando como exemplo o facto de a economia estar agora muito mais assente na sua capacidade exportadora, e menos no consumo.

Contudo, frisou, “sucesso” não é, na vertente económica, ainda a palavra adequada. “Tem sido um processo muito difícil, o desemprego continua muito elevado, as pessoas têm sofrido muito, pelo que sucesso não é a palavra certa”. “Fizemos o que era necessário” mas “ainda falta a parte da recuperação da economia”.

Bruno Maçães deu a entrevista ao canal norte-americano especializado em economia e finanças a partir de Londres onde participa numa conferência sobre a reforma da União Europeia, tema de enorme actualidade no Reino Unido que ameaça sair do "clube" na ausência de mudanças na sua governação e âmbito de actuação.