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António Costa lamenta que "passados 15 dias" tudo esteja na mesma
O presidente da Câmara de Lisboa lamentou hoje que, volvidos 15 dias de crise, "tudo esteja na mesma" e que não tenha existido uma "mudança política", acusando o Governo PSD/CDS-PP de "falhanço político".
"Passados 15 dias estamos exactamente na mesma como estávamos antes e não se resolveu o problema essencial que é a necessidade de mudança de política, visto que com esta política nem conseguiremos atingir o crescimento, nem reduzir o desemprego, nem tão pouco consolidar as finanças públicas", declarou à agência Lusa, na Alfândega do Porto.
À margem de uma cimeira entre duas equipas das candidaturas socialistas às Câmaras Municipais do Porto e Lisboa para discutir as possibilidades de financiamento daquelas duas cidades no âmbito do Quadro Comunitário de Apoio 2014-2020, o dirigente socialista afirmou que a "verdadeira causa" desta crise não é a "demissão deste ou daquele ministro".
"A causa desta crise é o falhanço desta política. As demissões dos ministros são só consequências desse falhanço e do seu próprio reconhecimento desse falhanço", observou o presidente da Câmara de Lisboa e candidato àquela autarquia nas próximas eleições autárquicas marcadas para 29 de Setembro.
A 10 de Julho, o Presidente da República, Cavaco Silva, propôs, numa declaração ao País, um "compromisso de salvação nacional" entre PSD, PS e CDS que permitisse cumprir o programa de ajuda externa e previu eleições antecipadas a partir de Junho de 2014.
No domingo passado, Cavaco Silva anunciou, numa nova declaração ao País, que decidiu manter o governo em funções, explicando que não foi possível obter um compromisso de salvação nacional e que a melhor alternativa era a continuação em funções do Governo "com garantias reforçadas de coesão e solidez da coligação partidária até ao final da legislatura".
Para António Costa um dos exemplos "mais extraordinários" do falhanço da política do executivo refere-se ao próximo Quadro Comunitário de Apoio que entra em vigor no próximo dia 01 de Janeiro e que o próprio Governo já veio assumir que para o primeiro semestre de 2014 "já não há condições de o aproveitar".
"Num momento em que com a escassez de crédito não há investimento privado, com a escassez de recursos não há investimento público, as únicas verbas que existem disponíveis para investir são os fundos comunitários que são tratados com esta ligeireza", disse.