Marcelo Rebelo de Sousa acredita que o discurso de Cavaco Silva deixou “implícito” que o Presidente da República aceitou a remodelação apresentada por Pedro Passos Coelho e que inclui Paulo Portas como vice-primeiro-ministro. 

Marcelo Rebelo de Sousa entende que a manutenção do Governo em funções foi “a solução mais prudente” por parte do Presidente da República. Cavaco Silva nunca o referiu na sua intervenção mas o comentador da TVI acredita que ficou implícito que o Chefe de Estado aceitou a remodelação governamental apresentada por Pedro Passos Coelho. 

Agora que Cavaco Silva anunciou a solução alternativa ao “compromisso de salvação nacional, Rebelo de Sousa defende que é “fundamental que os partidos respeitem a decisão do Presidente da República” porque Cavaco Silva “apostou muito forte [no compromisso entre PS, PSD e CDS] e depois teve que recuar.

Ao pedir aos três partidos do arco da governação um “compromisso de salvação nacional”, o Chefe de Estado “correu um risco” por ter avançado de uma forma “muito arrojada”. Mas mostrou “coragem cívica”.

No entender de Marcelo Rebelo de Sousa, Cavaco Silva “entendeu que havia condições amadurecidas para avançar” com um acordo entre partidos. “Cavaco acreditava muito no acordo. Estava tão convicto que isso era possível que achou que este era o momento certo e jogou todas as fichas.”

Quanto ao que se vai seguir nas próximas semanas, Marcelo Rebelo de Sousa sublinha que elas “serão essenciais para perceber se Pedro Passos Coelho e Paulo Portas tiraram lições do que aconteceu” nas últimas três semanas.

“O Governo escapou por um fio. Agora, tem de levar a sério a promessa de coesão” e tem de ser capaz de mostrar que é capaz de governar melhor”, afirma o comentador da TVI.