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Alemanha travou ou não as sanções?

A imprensa europeia diz que a posição do ministro das Finanças alemão terá sido decisiva nas votações que determinaram o cancelamento da multa a Portugal e Espanha. A Comissão Europeia desmente um contacto. O comissário alemão terá votado a favor das sanções.

29 de Maio – Ministro alemão definiu 30 de Junho como data limite para a existência de um acordo

“Tendo em conta como as coisas estão, aquele programa irá expirar se não houver acordo”
28 de Julho de 2016 às 13:34
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A Comissão Europeia desmente que o ministro das Finanças alemão tenha conversado com Jean-Claude Juncker sobre as sanções. O jornais alemão Handelsblatt, o belga Politico e o espanhol El País contam que depois de Schäuble ter mudado de ideias se agarrou ao telefone a fazer lóbi pela não aplicação de sanções a Portugal e Espanha. Mas também dizem que o alemão Günther Oettinger foi um dos quatro comissários que defenderam a aplicação de sanções – ficando em clara minoria.

"O presidente Juncker não teve qualquer contacto com o ministro nos últimos dias", disse a porta-voz da Comissão, citada pela agência Lusa, em resposta a questões sobre alegados contactos do ministro das Finanças para defender a não aplicação de qualquer multa. Em conferência de imprensa, em Bruxelas, Mina Andreeva recusou avançar pormenores sobre a reunião de quarta-feira.

É uma reacção às notícias publicadas pelo jornal alemão Handelsblatt, pelo espanhol El País ou pelo belga Politico, que esta manhã conta que a "salvação veio de uma fonte improvável: Wolfgang Schäuble". O El País especifica que o ministro das Finanças alemão, que terá dado a conhecer a sua posição no fim-de-semana, durante o G20, na China, telefonou na terça-feira à maioria dos comissários do PP europeu e ao presidente Jean-Claude Juncker. Contudo, a Comissão desmente esta informação.

Tanto o Politico como o El País contam, no entanto, que o comissário alemão Günther Oettinger foi um quatro que defendeu a aplicação de sanções, juntamente com os vice-presidentes Valdis Dombrovskis (da Letónia) e Jyrki Katainen (da Finlândia), e a comissária Cecilia Malmström (da Suécia). Os outros 23 comissários presentes terão discordado, o que permitiu que Portugal e Espanha escapassem a multas pela não cumprimentos das metas orçamentais acordadas com Bruxelas.

O Político acrescenta que na véspera da reunião o presidente da Comissão Europeia telefonou a Rajoy e a António Costa. "Os dois já sabiam que o Schäuble tinha pedido um cancelamento da multa", diz o jornal electrónico, citando um funcionário que soube das conversas.

Que interesse terá Schäuble na não aplicação de sanções? De acordo com os mesmos meios de comunicação social, o objectivo é apoiar o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy. "O governo de esquerda português foi à boleia no comboio de Schäuble", diz o Político, acrescentando que o ministro das Finanças alemão também preferiu tomar a iniciativa do que colocar-se na posição de ter de confirmar ou alterar a decisão da Comissão, como ministro das Finanças.

Angela Merkel, chanceler alemã, recusou falar sobre a interferência de Schäuble neste processo, numa conferência de imprensa sobre imigração e ataques terroristas.
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