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Uma boa notícia com interpretações para todos os gostos

Todos os partidos, com excepção do PCP, celebraram a decisão da Comissão Europeia de não multar o país. PS e Bloco vêm nela uma prova de sucesso do caminho traçado. Direita sente-se ilibada.

Bruno Simão
27 de Julho de 2016 às 23:16
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Depois de conhecida a decisão da Comissão Europeia, as reacções dos partidos seguiram-se em catadupa. Todos os partidos, com excepção do PCP, se congratularam com a decisão, mas divergiram nas interpretações.

"Uma muito boa notícia para o país". "Uma excelente notícia para o país". "Um bom dia para Portugal". "Um passo positivo". "Bom para Portugal". Foi desta forma que Governo, PS, PSD, Bloco e CDS reagiram ao anúncio por parte da Comissão Europeia de que não haveria multa pelo incumprimento das metas do défice para 2015.

Mais tarde, seria a vez do Presidente da República selar este raro consenso nacional, só quebrado pela reacção do PCP, para quem o processo de "pressão e chantagem" se mantém. É uma vitória de todos, disse Marcelo Rebelo de Sousa: "Governo, diplomacia, todos os partidos, quer os que apoiam o Governo quer os que governaram Portugal entre 2011 e 2015, e parceiros sociais. E, sobretudo, dos portugueses" que Marcelo considera serem os "grandes vencedores deste dia".

Terminada a celebração, passou-se à fase das ilações e interpretações desta decisão. E aí cada partido puxou a brasa à sua sardinha, que é como quem diz narrativa. Tanto o Governo como o PS insistiram na ideia de que este é um resultado da boa argumentação apresentada pelo Executivo junto de Bruxelas e da sua atitude persuasiva e combativa. O PS, pela voz de João Galamba, foi um pouco mais agressivo, criticando aqueles que procuraram aproveitar-se "oportunisticamente" da ameaça das sanções e aproveitou para enterrar de vez "os psicodramas do plano B" para as contas de 2016.

O Bloco afinou pelo mesmo diapasão. Pedro Filipe Soares apontou o dedo "àqueles que tudo fizeram para que Portugal fosse alvo de sanções" e tirou a ilação de que esta vitória é a prova de que "vale a pena lutar por Portugal na Europa".

Para o principal partido da oposição, a leitura é muito diferente. Para o deputado Miguel Morgado, do PSD, "Toda a discussão em torno de 2015 terminou hoje", disse, criticando a postura do Governo liderado por António Costa que quis concentrar a discussão em torno de 2015, procurando assim responsabilizar Passos Coelho. Agora, insistiu, "está do lado do Governo garantir que Portugal não será alvo de sanções no futuro".
Na mesma linha, também Cecília Meireles apontou em frente. É preciso "mostrar que, no passado, como no futuro, Portugal é um país credível e cabe ao Governo fazê-lo".
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