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Powell admite que "faz sentido abrandar o ritmo" da subida das taxas de juro já em dezembro

O presidente da Fed reconheceu - em linha com as atas da última reunião de política monetária do banco central - a necessidade de abrandar o ritmo da subida das taxas de juro e apontou o encontro de dezembro, como a data em que tal pode acontecer.

O banco central, liderado por Jerome Powell, deverá subir a sua taxa diretora pela primeira vez na reunião de março.
Brendan Smialowski/Reuters
30 de Novembro de 2022 às 20:18
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O presidente da Reserva Federal norte-americana (Fed) admitiu esta quarta-feira que "faz sentido abrandar o ritmo" da subida da taxa de juro de referência nos EUA. Ainda assim, durante um discurso na Brookings Institution, em Washington D.C, recordou a necessidade de continuar a aumentar os juros diretores até que a inflação toque na meta dos 2%.

 

"A política monetária afeta a economia e a inflação com desfasamentos que são incertos", explicou Powell frisando ainda que a economia ainda não sentiu "por completo o rápido endurecimento [da política monetária]". Assim, "faz sentido moderar o ritmo do aumentos das taxas de juro à medida que nos aproximamos do nível de contenção que será suficiente para reduzir a inflação", reconheceu Powell.

 

As conclusões do presidente da Fed estão em linha com o conteúdo das atas da última reunião de política monetária do banco central norte-americano, nas quais é expresso que  que a maioria dos responsáveis da autoridade monetária concorda que poderá justificar-se um abrandamento na dimensão das subidas das taxas de juro diretoras, uma vez que a inflação já dá sinais de recuo.

 

O presidente do banco central foi mais concreto e avançou ainda que "o momento para abrandar o ritmo de aumento dos juros diretores pode chegar já na reunião de dezembro". Powell aproveitou ainda para dar um recado aos mercados que procuram sinais sobre este abrandamento: "o momento em que se deve dar este abrandamento é muito menos significativo do que a questão de quanto mais precisamos de aumentar as taxas de juro e qual o tempo que será necessário para manter a política a um nível restritivo".  

 

Ainda assim, Powell frisou que se deve esperar por mais aumentos da taxa de referência para conduzir a inflação à meta dos 2%. "A História adverte fortemente contra o alívio prematuro [do endurecimento] da política monetária. Vamos manter o curso até que o trabalho esteja concluído", rematou.

 

"Antecipamos que sejam necessário mais aumentos. Parece-me provável que o nível final das taxas terá de ser um pouco mais elevado do que se pensava na reunião de setembro", acrescentou. O objetivo é "abrandar o ritmo da procura. A desaceleração da procura deve permitir que a oferta alcance a procura e se restaure assim o equilíbrio que levará à estabilidade dos preços ao longo do tempo", explicou Powell.

 

Na última reunião, o banco central decidiu subir a taxa de fundos federais em 75 pontos base, concretizando o quarto aumento consecutivo para tentar travar a escalada da inflação. Com esta decisão, a taxa de juro diretora passa para um intervalo entre 3,75% e 4%, tendo admitido a possibilidade de mais aumentos. Em simultâneo, a Fed comprometeu-se a continuar a reduzir a dívida que detém no balanço, tal como tinha anunciado em maio.

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