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Nova Zelândia é o primeiro país desenvolvido a aumentar taxa de juro desde 2011

O banco central neozelandês decidiu subir a taxa de juro de referência do país para 2,75%. É um aperto da política monetária, depois de os EUA terem, no final do ano passado, começado a retirar alguma força às medidas de estímulo à economia. O dólar kiwi reagiu em alta.

11 - Nova Zelândia
13 de Março de 2014 às 08:19
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A Nova Zelândia subiu a taxa de juro de referência. É o primeiro país desenvolvido a limitar a política monetária desde que os Estados Unidos iniciaram a redução de estímulos. É, aliás, a primeira vez que um país desenvolvido sobe juros desde 2011.

 

O banco central da Nova Zelândia decidiu subir a taxa de juro de referência para 2,75%, 25 pontos base (0,25 pontos percentuais) acima da anteriormente fixada, assinalou a instituição num comunicado publicado esta quinta-feira, 13 de Março. Este aumento era esperado pelos economistas consultados pela agência Bloomberg.

 

A decisão é tomada para combater pressões inflacionistas que “estão a subir e que se espera que continuem a aumentar nos próximos dois anos”. É com esta perspectiva que o governador Graeme Wheeler pretende combater a inflação, algo que é possível com a subida da taxa de juro directora (que define o valor do dinheiro) “para um nível que não afecte a procura”. Esse ajustamento, avisa a reserva central neozelandesa, começou hoje. Mas vai continuar.

 

“A velocidade e a dimensão a que a taxa de juro vai ser subida vai depender dos dados económicos e da nossa contínua avaliação das pressões inflacionistas emergentes”, explica a instituição no comunicado publicado, em que revela que o produto interno bruto da Nova Zelândia deverá crescer 3,3% nos 12 meses até Março, acima dos 2,7% estimados em Dezembro passado.

 

Como indica a Bloomberg, o país da Oceânia, com 4,5 milhões de habitantes, é o primeiro do grupo das nações consideradas desenvolvidas a subir as taxas desde 2011. O Banco Central Europeu fechou o ciclo de avanços dos juros em Julho desse ano, quando havia expectativas de que a crise financeira global que obrigou a políticas de estímulo em todo o globo estava a acalmar. Contudo, a crise não acalmou e, desde aí, nunca mais nenhum país avançou o custo do dinheiro. Até hoje.

 

A Nova Zelândia é, assim, o primeiro a actuar desde que os Estados Unidos começaram a limitar a política de auxílio à economia (com um menor limite máximo para a compra de obrigações), no final do ano passado. Ainda assim, os EUA mantêm os juros nos mínimos históricos, próximos de zero, o mínimo.

 

A decisão de Wellington é de combate às pressões inflacionistas, que não têm sido suficientes para que, além da Reserva Federal norte-americana, o Banco Central Europeu, o Banco de Inglaterra e o Banco do Japão tenham retirado os juros dos respectivos mínimos. As subidas no custo do dinheiro que se têm verificado são em nações emergentes.

 

Em reacção a este anúncio, o dólar neozelandês avança e já tocou mesmo num recorde, quando analisado o índice que compara com as divisas dos principais parceiros comerciais.

 

O índice cambial do banco central, que compara com as principais moedas parceiras, ascendeu ao valor mais elevado do histórico comparável (que remonta a 1985). Em relação ao dólar norte-americana, a moeda kiwi já avançou perto de 0,5% para os 0,8568 dólares.

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