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Mark Carney prepara a primeira resposta monetária ao Brexit

Mais de sete anos depois, o Banco de Inglaterra deverá anunciar um novo corte da taxa de juro. Essa é a expectativa da maioria dos economistas, que apontam também para outras medidas. Se não for agora, a decisão fica apenas adiada para 4 de Agosto.

Bloomberg
14 de Julho de 2016 às 10:02
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O Banco de Inglaterra conclui esta quinta-feira, 14 de Julho, a sua primeira reunião de política monetária do segundo semestre. Mais importante do que isso é o facto de ser o primeiro encontro desde que, a 23 de Junho, os britânicos votaram a favor da saída do Reino Unido da União Europeia. Um resultado que fez soar todos os alarmes de emergência na terra de Sua Majestade e, por isso, está prevista uma resposta monetária.

"É a mais fortemente antecipada decisão do Banco de Inglaterra em vários anos". É assim que a Bloomberg lança a sua análise à reunião do Comité de Política Monetária do banco central. E não é para menos. Entre os 54 economistas inquiridos pela agência de notícias, 30 antecipam um corte na taxa de referência da instituição – actualmente em 0,5% –, com a maioria a apontar para 0,25%. Qualquer que seja a revisão em baixa, será a primeira em mais de sete anos e colocará a taxa de juro num novo mínimo histórico.

Mas não só um corte de juros está em cima da mesa. Vários economistas têm apontado para a possibilidade de a instituição monetária do Reino Unido retomar as compras de activos, que concluiu em 2012. Até então, o Banco de Inglaterra acumulou 375 mil milhões de libras (450 mil milhões de euros) em dívida soberana britânica e dívida de empresas. Agora, a estratégia poderá voltar a passar por esta medida de estímulo, de modo a reduzir a travagem na economia causada pelo Brexit.

Por agora, as medidas ainda não são conhecidas, até porque a decisão só será anunciada às 12h00 desta quinta-feira, 14 de Junho. Mas o certo é que Mark Carney já sinalizou por duas vezes a necessidade de adoptar medidas de expansão monetária. "As perspectivas deterioraram-se, pelo que será necessário adoptar mais medidas de estímulo monetário ao longo do Verão", disse o governador do Banco de Inglaterra, a 30 de Junho.

O responsável pela política monetária no Reino Unido salientou, então, que essa era a sua opinião, não a de todos os membros do Comité de Política Monetária. No entanto, deixou a garantia de que não hesitará em tomar medidas para proteger a economia britânica e o sistema financeiro. Novos estímulos à economia são mesmo dados como garantidos, mas a questão é a data em que serão aprovados. Alguns especialistas prevêem que os responsáveis preferirão esperar pela reunião de 4 de Agosto, altura em que terão uma melhor perspectiva do impacto do Brexit na economia britânica.

Seja agora ou dentro de um mês, Mark Carney pode respirar de alívio por contar com o apoio do novo ministro das Finanças, Philip Hammond. Em declarações à BBC, o recém-nomeado para o Executivo de Theresa May defendeu que o presidente do Banco de Inglaterra está a fazer um "excelente trabalho" e que, em breve, juntar-se a Carney para definir um plano de combate aos efeitos do Brexit. "Os mercados precisam de sinais de segurança, precisam de saber que faremos o que for necessário para manter a economia em andamento", disse à ITV.

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