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Cinco bancos prevêem os novos estímulos do Banco de Inglaterra

O Banco de Inglaterra está prestes a concluir mais uma reunião de política monetária. O primeiro encontro desde a vitória do Brexit a 23 de Junho. Saiba o que cinco bancos de investimento antecipam que o Banco de Inglaterra fará até ao próximo ano.

Mark Carney, governador do Banco de Inglaterra, caminha para a sua primeira conferência de imprensa após a reunião de política monetária. Fotografia: Jason Alden
Jason Alden/Bloomberg
14 de Julho de 2016 às 11:13
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O Banco de Inglaterra conclui esta quinta-feira, 14 de Julho, a sua primeira reunião depolítica monetária do segundo semestre. Mais importante do que isso é o facto de ser o primeiro encontro desde que, a 23 de Junho, os britânicos votaram a favor da saída do Reino Unido da União Europeia.

Este resultado que fez soar todos os alarmes de emergência na terra de Sua Majestade, pelo que está prevista uma resposta monetária do Banco de Inglaterra. Entre cortes na taxa de juro de referência e novas rondas de compras de activos, os especialistas dividem-se quando à dimensão das medidas e a data de actuação. Por isso, conheça as previsões de cinco dos maiores bancos de investimento do mundo.

BNP Paribas – Taxa de juro deverá cair para 0%

Previsão: Corte na taxa de juro de referência para 0,25% já esta quinta-feira, 14 de Julho. Para Agosto, a estimativa é de um novo corte na taxa de juro para 0% e o relançamento das compras de activos, com o montante a ascender a 50 mil milhões de libras. E em Novembro o Banco de Inglaterra deverá anunciar mais 50 mil milhões em compras de activos.

"Prevemos um corte de 25 pontos base na taxa de juro, com o Comité de Política Monetária a votar 9-0 a favor da decisão. Numa altura de incerteza, a 8unanimidade será benéfica para os mercados. (…) O principal risco para as nossas precisões é que o Banco de Inglaterra não corte a taxa de juro para 0% e, talvez, apenas coloque a taxa em 0,10%. Tem sido cauteloso quanto às taxas de juro negativas e poderá também considerar que 0% é demasiado baixo, especialmente dada a queda da libra."

 

Goldman Sachs – Muitas mudanças, mas não para já

Previsão: Corte na taxa de juro de referência para 0,25% e relançamento das compras de activos, mas só na reunião de 4 de Agosto. As compras ascenderão a 100 mil milhões de libras nos próximos seis meses, sendo que o Banco de Inglaterra quererá fazer um grande foco à dívida de empresas, sendo esta deverá representar 50% das compras de activos.

"O único factor a impedir o Comité de Política Monetária de cortar a taxa de juro de referência, na nossa opinião, será a vontade de justificar e avaliar um pacote global de medidas, juntamente com as suas previsões [económicas] de Agosto. (…) Não antecipamos qualquer alteração na taxa de juro referência na reunião do Banco de Inglaterra a 14 de Agosto, mas continuamos a atribuir uma probabilidade de 30% a um corte na taxa de juro".

 

ING – Doses faseadas de estímulos à economia

Previsão: Corte na taxa de juro de referência para 0,25% já nesta reunião, além de fortes sinais de compromisso em relação a novos estímulos monetários. Até ao final do ano, no entanto, a taxa de juro deverá ser novamente revista para 0%. Para Agosto, a estimativa é de relançamento das compras de activos, num montante total de 125 mil milhões de libras.

"Uma actuação do Banco de Inglaterra esta semana continua a ser difícil de prever, mas estamos ligeiramente inclinados a favor de um corte da taxa de juro. (…) O facto de alguma da incerteza política ter desaparecido, com a nomeação de Theresa May como nova primeira-ministra, significa que não está bem garantido. De qualquer forma, o Banco de Inglaterra tem sido essencial na retoma da confiança no pós-Brexit e, por isso, acreditamos que o Comité de Política Monetária avançará com um corte dos juros."

 

Société Générale – Pequeno corte nos juros, grande recomeço das compras de activos

Previsão: Corte na taxa de juro de referência para 0,25% e relançamento das compras de activos já esta quinta-feira, 14 de Julho. A nova ronda de compras de activos deverá ascender a 25 mil milhões de libras por trimestre. A taxa de juro em "terreno" negativo está fora de questão.

"O governador está a transmitir uma forte sensação de urgência. Juntando isto à nossa crença de que apenas será apresentado um corte de 25 pontos base na taxa de juro, há um forte argumento para um rápido recomeço das compras de activos, bem como de permitir que a flexibilização continue. O Comité de Política Monetária disse por várias vezes que agora trata as compras de activos como outra forma convencional de expansão notária, para ser usada quando a ferramenta de corte dos juros já não está disponível. Esta é uma dessas circunstâncias."  

 

UBS – Novos estímulos poderão ser anunciados até ao próximo ano

Previsão: Um corte na taxa de juro para 0,25% na reunião de Agosto, bem como outro corte para 0% em Novembro. Além disso, o Banco de Inglaterra deverá relançar as compras de activos, num montante entre 50 e 75 mil milhões de libras, o mais tardar em Fevereiro de 2017.

"O processo de saída da União Europeia é provável que demore, pelo menos, dois anos (…). Prevemos que o elevado grau de incerteza no Reino Unido, sobre o futuro das relações comerciais com a União Europeia, terá um impacto significativo na economia. (…) As nossas previsões baseiam-se numa queda do investimento no segundo semestre de 2016. O consumo privado também deverá abrandar, devido a um menor crescimento dos salários reais". 
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