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"Há mais subidas por vir", adverte Powell

O presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, revelou que a política monetária deve manter-se em terreno restritivo durante mais tempo.

Elizabeth Frantz/Reuters
01 de Fevereiro de 2023 às 19:44
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O presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, afirmou esta quarta-feira que está fortemente comprometido com a missão de trazer a inflação de volta aos 2% e que os "efeitos da subida dos juros ainda estão por sentir" na economia, o que significa que ainda há muito por fazer.

Powell destacou ainda que há mais subidas por vir devido à elevada inflação, destacando que o Comité Federal do Mercado Aberto (FOMC) viu "que não era ainda tempo para uma pausa, mas antes uma desaceleração na dimensão das subidas". Deverá agora ser avaliado o impacto deste menor aumento na economia.

"A inflação nos últimos três meses mostra uma desaceleração, mas vamos necessitar de mais provas para saber que a inflação está mesmo a abrandar", explicou, acrescentando que a "inflação continua demasiado elevada e quanto mais tempo ficar mais se corre o risco de ficar enraizada".

Para já, uma das conclusões que pode ser retirada é que "pela primeira vez o processo de desinflação já começou e isso é uma coisa muito boa", sublinhou, ressalvando que há setores em que isso ainda não está a acontecer.

Já face às perspetivas do mercado de que a inflação deverá abrandar de forma mais rápida e que poderão existir cortes nas taxas de juro ainda este ano Jerome Powell referiu que se trata "de uma perspetiva diferente" e que "neste cenário não se perspetiva cortes de juros este ano".

O responsável máximo do banco central dos Estados Unidos apontou que a economia dos EUA desacelerou muito no último trimestre, mas que o mercado laboral "continua robusto e tem mudado pouco", algo que acontece de forma semelhante nos serviços e na habitação. Para o futuro, o "outlook" de Powell é que os salários venham a baixar, mas a robustez do emprego deve sobrepor-se a esse cenário.

Com o foco no futuro, o presidente da Fed foi sucinto e disse perspetivar um "abrandamento no mercado de trabalho, crescimento económico e inflação a baixar de forma mais lenta, mas não uma recessão", sendo esse um cenário que não está previsto.

Relativamente às previsões do "dot plot" (mapa que mostra como cada representante do banco central estima as mexidas nos juros diretores) que apontava para uma subida contínua até 5,1%, Powell reiterou a ideia de esta continuar a ser uma possibilidade, mas abriu a porta a um cenário em que a taxa final dos juros diretores seja mais elevada do que o esperado, uma vez que "está dependente de dados económicos".


Após ter mencionado por várias vezes que os passos para combater a inflação estavam a ser tomados tendo em vista os cidadãos norte-americanos, o presidente do banco central dos EUA respondeu à última questão explicitando que "só pode ser a inflação" a pesar no sentimento dos consumidores. Isto, "porque o desemprego está muito baixo e os salários não têm sofrido grandes alterações", daí que seja de extrema importância mostrar que se está a entrar numa fase de desinflação.
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