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Há duas décadas que não havia tantos bancos centrais a subir juros

A mudança prende-se com a ameaça da inflação, que atingiu máximos de várias décadas em vários países, alimentada pelo disparo nos custos da energia e dos bens alimentares desde a invasão da Rússia à Ucrânia no final de fevereiro.

Jerome Powell admitiu a possibilidade uma política monetária (ainda) mais agressiva que pode provocar “dor” na economia. A Reserva Federal (Fed) norte-americana reúne-se em junho.
Tom Williams/Pool via Reuters
30 de Maio de 2022 às 00:04
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Os bancos centrais globais lançaram a maior ação concertada de subidas das taxas de juro em mais de duas décadas, segunda revela a análise realizada pelo Financial Times. A escalada da inflação tem sido uma preocupação para muitos banqueiros centrais, com poucas economias a manterem-se à margem da tendência.

A análise do Financial Times revela que, nos últimos três meses, os decisores de política monetária de todo o mundo anunciaram mais de 60 subidas das taxas de juro de referência. É o número conjunto mais elevado desde o início de 2000, apontando para um movimento súbito e geograficamente amplo de reversão das políticas expansionistas que estavam a ser aplicadas desde a crise financeira global e que foram reforçadas na pandemia.

A mudança prende-se com a ameaça da inflação, que atingiu máximos de várias décadas em vários países, alimentada pelo disparo nos custos da energia e dos bens alimentares desde a invasão da Rússia à Ucrânia no final de fevereiro.

"Os bancos centrais do mundo embarcaram no ciclo de aperto mais coordenado em décadas", sublinha Jennifer McKeown, head of global economics da Capital Economics ao Financial Times. Da mesma forma, Christian Keller, economista do Barclays, sublinha que "o ciclo de aperto é verdadeiramente um fenómeno global".

Entre as subidas das taxas de juro estão a Reserva Federal norte-americana e o Banco de Inglaterra, que já avançaram com vários aumentos e deverão continuar a fazê-lo. Os bancos centrais do Canadá, Austrália, Polónia e Índia também o deverão fazer nas próximas semanas, enquanto o Banco Central Europeu (BCE) poderá alinhar com os pares em julho, como já sinalizou a presidente Christine Lagarde.
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