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Fed quer mais de Trump e continua atenta à meta da inflação
Os responsáveis pela política monetária da Reserva Federal continuam a dar pistas sobre o possível rumo das taxas de juro.
Nos próximos dias 13 e 14 de Junho há reunião da Fed e o mercado continua na expectativa de que seja anunciado um novo aumento da taxa dos fundos federais, o que, a acontecer, será o segundo este ano – e a autoridade monetária liderada por Janet Yellen já sinalizou por várias vezes que em 2017 poderá haver três subidas.
Esta terça-feira, o presidente da Fed de St. Louis, James Bullard, deixou um recado a Donald Trump e à sua equipa, ao declarar que a nova Administração do país terá de atender às expectativas que levaram a uma subida das bolsas.
Bullard referia-se às promessas de Trump, feitas durante a campanha eleitoral e já depois de ter ocupado o seu lugar na Casa Branca, no sentido de aumentar fortemente o investimento em infra-estruturas e de proceder a uma vasta reforma fiscal e a um alívio das regulações financeiras.
Por seu lado, Lael Brainard, membro do conselho de governadores da Reserva Federal, afirmou também hoje que uma "inflação suave" poderá levá-la a reavaliar a trajectória da política monetária no sentido de atrasar um pouco mais as subidas dos juros. A meta da Fed para a inflação, recorde-se, é de 2%.
O índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos aumentou 0,2% em Abril, contra uma descida de 0,3% em Março, tendo a inflação anualizada sido fixada em 2,2% - e distanciando-se assim um pouco do objectivo do banco central.
No passado dia 15 de Março, o Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC) da Fed concluiu a reunião de dois dias de política monetária anunciando uma subida de 25 pontos dos juros directores, para um intervalo compreendido entre 0,75% e 1% - a terceira subida desde que a autoridade monetária iniciou o processo de normalização de política monetária.
Depois de sete anos sem mexer nos juros, que se mantiveram em mínimos históricos entre 0% e 0,25%, a Reserva Federal procedeu ao primeiro aumento (de 25 pontos base) em Dezembro de 2015 e posteriormente voltou a incrementar em 25 pontos base a taxa directora (em Dezembro de 2016). Voltou, então, em Março passado, a elevar o custo do dinheiro, com mais uma subida de 25 pontos.
Entretanto, a 5 de Abril, com a divulgação das minutas da reunião de Março, ficou também a saber-se que a Fed sinalizou uma redução do seu balanço ainda para este ano.