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Fischer diz que economias estrangeiras estão mais aptas a gerir subidas de juros da Fed

O vice-presidente da Reserva Federal norte-americana, Stanley Fischer, disse esta quarta-feira, 19 de Abril, que a subida de juros nos EUA será motivada pela melhoria da economia do país e que as economias estrangeiras estão em melhor posição de gerir esse aumento do preço do dinheiro.

BCE
20 de Abril de 2017 às 00:35
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Stanley Fischer (na foto, com Mario Draghi - presidente do BCE) tem uma perspectiva optimista para a economia mundial, que considera que será capaz de gerir melhor as subidas de juros que estão a ser levadas a cabo pela Reserva Federal norte-americana.

 

O vice-presidente da Fed sublinhou, num evento em Washington, que a gradual retirada das medidas acomodatícias nos EUA deverá maximizar as expectativas de uma contínua expansão da economia norte-americana e mitigar também o risco de repercussões indesejáveis fora dos Estados Unidos.

 

"Espero que a retirada de medidas acomodatícias pela Fed seja motivada por uma contínua expansão da economia norte-americana. Por isso, as economias estrangeiras deverão beneficiar dos desenvolvimentos que levaram a Reserva Federal a este endurecimento", afirmou, citado pela Bloomberg.

 

Na opinião de Fischer, a maioria dos bancos centrais deverá ter capacidade para responder aos aumentos de juros por parte da Fed, através do accionamento de medidas adequadas que aliviem o impacto sobre as condições financeiras das suas próprias economias.

 

No passado dia 15 de Março, o Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC) da Fed concluiu a reunião de dois dias de política monetária anunciando uma subida de 25 pontos dos juros directores, para um intervalo compreendido entre 0,75% e 1% - a terceira subida desde que a autoridade monetária iniciou o processo de normalização de política monetária.

 

Os membros da FOMC antecipam mais duas subidas dos juros este ano, indo assim ao encontro das expectativas do mercado, que apontam para três subidas dos juros este ano.

 

Além das subidas da taxa directora, ficou a saber-se no passado dia 5 de Abril, com a divulgação das minutas da reunião de Março, que a Fed, presidida por Janet Yellen, sinalizou uma redução do seu balanço [que é de 4,5 biliões de dólares] ainda este ano.

 

Esta segunda-feira, 17 de Abril, Fischer aludiu a essa redução do balanço do banco central dos EUA, dizendo que não espera ver a mesma reacção adversa dos mercados que se observou em 2013 com o chamado "taper tantrum".

 

O "taper tantrum" da Fed [quando a Reserva Federal norte-americana anunciou, no Verão de 2013, uma redução da compra de obrigações, no âmbito do programa de estímulos à economia] levou os mercados a reagirem com um aumento dos juros da dívida]. No entanto, Fischer não espera que volte a acontecer o mesmo.

 

Stanley Fischer veio dizer que a ausência de reacção – por parte dos investidores – a este anúncio de redução do balanço sugere que as fortes mexidas nos mercados financeiros que se observaram em 2013 não deverão repetir-se. "Neste momento, parece haver menos probabilidade de nos depararmos com fortes distúrbios do que aquando do ‘taper tantrum’", afirmou, citado pela Bloomberg.


Fischer, com 73 anos, foi responsável sénior do Fundo Monetário Internacional e também foi governador do banco central de Israel, tendo integrado a Fed em 2014. O seu mandato como vice-presidente da Reserva Federal expira em Junho de 2018.

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