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Presidente da Fed de São Francisco antecipa redução significativa do balanço em cinco anos
John Williams garante, ainda assim, que o processo deixará a Fed com activos "significativamente maiores" que antes da crise. O primeiro passo será dado este ano.
O presidente da Reserva Federal de São Francisco, John Williams, antecipa um balanço "muito menor" do banco central em cerca de cinco anos, no final de um processo que poderá começar com "um pequeno passo" ainda este ano.
"O quão grande será o balanço daqui a cinco anos? É algo que ainda não decidimos, mas será muito menor do que hoje", afirmou o responsável, numa entrevista à Bloomberg TV esta segunda-feira.
A Fed já sinalizou que pretende reduzir o seu balanço, mas através de um processo "previsível" que minimize a reacções do mercado. A preocupação do banco central é evitar uma réplica do chamado "taper tantrum" de 2013, quando o então presidente da Reserva Federal Ben Bernanke provocou ondas de choque nos mercados globais com a simples sugestão de que o banco central iria reduzir a compra de activos.
Williams afirmou que a redução será lenta e deixará a Fed com activos que ainda serão significativamente maiores do que antes da crise.
Num discurso realizado em Singapura, Williams reafirmou a sua visão de que três subidas dos juros este ano fazem sentido à luz dos dados "positivos" da economia dos Estados Unidos.
Na maior economia do mundo, espera-se que o desemprego continue a descer este ano, enquanto o fraco crescimento da inflação não deverá levar a Fed a alterar a sua estratégia de normalizar os juros no país de uma forma gradual.
"A economia está a ir bem, com um bom impulso", disse na entrevista à Bloomberg TV. "Ainda temos um caminho a percorrer no que respeita às metas de inflação, mas estou optimista em relação à economia".
A política de aperto visa evitar deixar a economia funcionar "muito quente por muito tempo", acrescentou Williams.
A Reserva Federal dos Estados Unido realiza a sua próxima reunião de política monetária nos dias 13 e 14 de Junho, e a expectativa do mercado é de que Janet Yellen anunciará mais um aumento dos juros, o segundo este ano, após a subida de Março.