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Fed vai mesmo reduzir o balanço. Só não decidiu quando

A Reserva Federal norte-americana divulgou esta quarta-feira as actas relativas à reunião de política monetária que decorreu nos dias 13 e 14 de Junho e percebe-se que os responsáveis pela política monetária do banco central estão divididos quanto ao timing para a redução do seu balanço.

Andrew Harrer/Bloomberg
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Os responsáveis do comité de política monetária da Fed não conseguiram chegar a acordo, na reunião de 13 e 14 de Junho, quanto à data em que devem começar a "encolher" o seu vasto balanço, indicam as actas dessa reunião divulgadas esta quarta-feira.

 

"Vários membros preferiam anunciar o início do processo dentro de um par de meses [havendo quem aponte Setembro como o mês ideal]. Outros enfatizaram que seria melhor adiar essa decisão para finais do ano, já que isso permitiria dispor de mais tempo para avaliar o panorama da actividade económica e da inflação", revelam as actas.

 

O banco central tem no seu balanço 4,5 biliões de dólares em obrigações, que acumulou depois de vários anos no terreno com um programa de compra de dívida ("quantitative easing"). Foi no passado dia 5 de Abril, com a divulgação das actas da reunião de Março, que ficou a saber-se que a Fed tinha sinalizado uma redução do seu balanço ainda para este ano.  

 

E isto porque além das taxas de juro perto de zero, para segurar a economia americana, a Reserva Federal teve de colocar em curso programas de compras de activos. Apesar de já terem terminado, a Fed continua a reinvestir os juros e a fazer o "rollover" desses instrumentos quando estes chegam à maturidade.

Mas os responsáveis da Fed sinalizam que esse reinvestimento deverá terminar ainda este ano. "Desde que a economia continue com o desempenho esperado, a maioria dos participantes antecipa que as subidas graduais da taxa de fundos federais continuará e entendem que uma alteração à política de reinvestimento seria provavelmente apropriada mais para o final do ano", diziam as actas relativas à reunião de Março.

 

Agora, há já quem defenda que essa redução do balanço deve começar mais cedo, mas há ainda vários membros que continuam a advogar o final do ano como timing certo para o início desse processo.

 
Os 4,5 biliões de dólares de activos no balanço da Fed estão maioritariamente representados por Obrigações do Tesouro (55,1%) e obrigações endossadas a créditos hipotecários (39,5%), havendo ainda 5,4% compostos por outros instrumentos.

Além do balanço, a questão dos juros também se mantém na ordem do dia, esperando-se que a Fed ainda suba mais uma vez a taxa directora este ano.

Recorde-se que no passado dia 14 de Junho a Fed decidiu avançar com uma nova subida de 25 pontos base nos juros, colocando a sua taxa de referência num intervalo entre 1% e 1,25%.

 

Dois dias depois, a presidente da entidade, Janet Yellen, declarou que a autoridade monetária iria prosseguir o movimento de subida de juros, mesmo que a meta da inflação ficasse aquém das expectativas. Este endurecimento do tom da Fed levou a que os investidores se focassem em títulos que ganham mais com um aumento do custo do dinheiro, como é o caso da banca.

 

Depois de sete anos sem mexer nos juros, que se mantinham em mínimos históricos de 0% a 0,25% desde Dezembro de 2008, a Reserva Federal procedeu a um aumento (de 25 pontos base) em Dezembro de 2015. A última vez que os juros tinham subido tinha sido em Junho de 2006, pelo que decorreu quase uma década sem que a taxa de referência aumentasse.

 

Posteriormente, em Dezembro de 2016, voltou a incrementar em 25 pontos base a taxa directora. Voltou, então, em Março passado, a elevar o custo do dinheiro, com mais uma subida de 25 pontos base, e novamente no mês passado em mais 25 pontos.

 

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