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Abertura dos mercados: BCE e Fed castigam bolsas e impulsionam juros da dívida
Os renovados sinais de aperto da política monetária estão de novo a provocar uma subida nos juros da dívida pública europeia e a penalizar as bolsas europeias. A "yield" das obrigações do Tesouro sobe pela terceira sessão.
Os mercados em números
PSI-20 cede 0,37% para 5.150,11 pontos
Stoxx 600 recua 0,29% para 370,31 pontos
Nikkei desvalorizou 0,32% para 19.929,09 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos sobem 3 pontos base para 3,09%
Euro deprecia 0,02% para 1,1421 dólares
Petróleo em Londres desce 1,08% para 47,59 dólares o barril
Bolsas europeias prolongam quedas
As bolsas europeias estão a renovar os mínimos de 11 semanas que fixaram no final da sessão de ontem, a reflectir o cenário de uma política monetária menos expansionista, que ficou evidente nas actas das últimas reunião da Reserva Federal e do Banco Central Europeu. O banco central dos Estados Unidos está preparado para começar a reduzir o seu balanço, que tem mais de 4 biliões de dólares em obrigações. Já o BCE revelou que os responsáveis de política monetária, na reunião de 8 de Junho, discutiram remover do seu discurso a possibilidade de aumentar o programa de compra de activos.
As mensagens dos bancos centrais leva o Stoxx 600 a cair 0,29% para 370,31 pontos, um movimento de queda que está a ser acompanhado pela praça portuguesa, que também desce pela segunda sessão. O PSI-20 recua 0,37% para 5.150,11 pontos, com o índice a ser pressionado pela EDP Renováveis. A empresa liderada por Manso Neto desce 0,62% para 6,85 euros, ainda 10 cêntimos acima da contrapartida da OPA da EDP.
Em Wall Street, o S&P 500 encerrou a sessão de quinta-feira em baixa, a perder 0,94% para 2.409,75 pontos, naquela que foi a queda mais expressiva desde 17 de Maio. O movimento negativo prolongou-se hoje nas bolsas asiáticas, com o Nikkei a ceder 0,32%.
Juros sobem pela terceira sessão
As actas da reunião do BCE também estão a impulsionar os juros da dívida na Europa, com os investidores a assimilarem que o banco central deverá começar em breve a reduzir o seu programa de estímulos. A "yield" das bunds alemãs avança 1 ponto base para 0,57%, depois de ontem terem dado um salto de quase 10 pontos base para máximos de Janeiro de 2016, reflectindo também a fraca procura num leilão de obrigações francesas a 30 anos.
Na dívida portuguesa os juros sobem pela terceira sessão consecutiva, com a "yield" das obrigações do Tesouro a 10 anos a avançar 3 pontos base para 3,09%.
Nos Estados Unidos os investidores estão também a afastar-se das obrigações, levando a "yield" dos títulos a 10 anos para máximos de dois meses, nos 2,39%. No Japão a "yield" das obrigações a 10 anos está em máximos de Fevereiro, nos 0,105%.
Euro aguarda desemprego nos EUA
No mercado cambial o euro está a corrigir ligeiramente dos ganhos dos últimos dias, mantendo-se acima dos 1,14 dólares. Os investidores aguardam pelos dados do mercado de trabalho nos EUA (divulgado às 13:30, hora de Lisboa), para avaliar se a Fed tem margem para continuar a subir os juros e começar a reduzir o balanço. Os economistas estimam que tenham sido criados 175 mil empregos em Junho na maior economia do mundo.
Petróleo recua mais de 2% na semana
O petróleo volta a negociar em terreno negativo esta sexta-feira (Brent desce 1,08% para 47,59 dólares), mais do que anulando a recuperação registada na última sessão. No acumulado da semana a matéria-prima recua mais de 2%, devido sobretudo à recusa da Rússia em efectuar mais cortes na produção. Na semana anterior o petróleo tinha disparado 7%.
Prata e ouro em queda
A tendência nas matérias-primas é de queda generalizada, com a prata e o ouro também a negociarem em terreno negativo. O ouro desce 0,3% para 1.220,45 dólares e a prata recua 0,6% para 15,89 dólares a onça, depois de já ter negociado abaixo dos 15 dólares.