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Draghi justifica custos da nova sede do BCE em carta a eurodeputado português

Um eurodeputado português enviou uma carta questionando o BCE sobre os 1.300 milhões de euros gastos na nova sede, quando a estimativa inicial era de 500 milhões. Draghi diz que os valores devem ser comparados com 1.070 milhões.

19 de Maio de 2015 às 18:48
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A estimativa inicial apontava para um custo de 500 milhões de euros mas a nova sede do BCE terá custado bem mais que isso: 1.300 milhões de euros. De acordo com o El País, o eurodeputado português Miguel Viegas questionou a autoridade monetária sobre os custos deste edifício, que foi inaugurado em Março deste ano, envolto em protestos.

 

O jornal espanhol tem no seu site a carta que Mario Draghi, presidente do BCE, enviou ao eurodeputado português. No documento, o responsável explica que os 500 milhões de euros, apresentados no relatório anual do banco central de 2005, eram uma estimativa de custos de construção a preços constantes no ano de 2005. No mesmo relatório de 2005, contudo, o BCE apontava também que a estimativa para a totalidade dos custos de investimento era de 850 milhões de euros, também a preços constantes de 2005. Estes valores incluem os montantes relativos aos custos de construção e aos custos do projecto, diz Mario Draghi.

 

Além disso, na carta pode ler-se que o montante de 1.300 milhões de euros "representa um aumento de cerca de 10% vis-à-vis em relação à estimativa de Setembro de 2012". "Naquela altura [2012], o aumento do preço dos materiais de construção e das actividades de construção de 2005 até à conclusão do projecto [que aconteceu no] final de 2014 foram estimados em 220 milhões de euros", refere Draghi acrescentando que, devido a questões relacionadas com a qualidade da estrutura do edifício, foi necessário implementar mais medidas.

 

Nesta missiva, o líder da autoridade monetária destaca ainda que se verificou um aumento de capacidade para acolher funcionários – tendo esse crescimento sido na ordem das 600 pessoas, conseguindo a nova sede albergar no máximo 2.900 funcionários. "Esta expansão tornou-se necessária devido ao aumento substancial nas tarefas do BCE, incluindo a supervisão bancária que exige mais pessoal nas áreas de suporte gerais, estando alguns localizados nas novas instalações", justifica.

 

Por isso, e em jeito de suma, o "BCE conseguiu relocalizar sua equipa como planeado em 2014 depois de concluir um projecto de construção complexa, incluindo a renovação completa de um edifício, a limpeza de uma antiga área industrial através da remoção e eliminação de solos contaminados e um aumento da capacidade do edifício".

 

Dito isto, Draghi regressa aos custos para afirmar que: "os valores que devem ser comparados são 850 milhões de euros mais 220 milhões de euros que representam os ajustes de indexação e de inflação desde 2005. Isto é 1.070 milhões de euros, com 1.300 milhões de euros (os custos esperados actualmente)".

"Este último valor inclui os custos de lidar com um número de inesperado de desafios neste complexo e longo projecto e um aumento da capacidade em 600 postos de trabalho", acrescenta.

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