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Draghi reforça sinais de mais estímulos em Dezembro
O presidente do Banco Central Europeu mostrou-se preocupado com o baixo nível da inflação na Zona Euro e os riscos económicos crescentes, reforçando a expectativa de que os estímulos vão ser reforçados em Dezembro.
Mario Draghi deu esta quinta-feira, 12 de Novembro, mais um sinal de que o Banco Central Europeu deverá avançar em Dezembro com mais medidas de estímulo à economia.
Num discurso efectuado no Parlamento Europeu, o presidente do BCE afirmou que "os sinais de uma recuperação sustentada na inflação ‘core’ enfraqueceu" e "os riscos negativos para o crescimento económico global e para o comércio são claramente visíveis".
Se o BCE "concluir que o nosso objectivo de estabilidade nos preços está em risco, iremos actuar utilizando todos os instrumentos disponíveis no âmbito do nosso mandato para assegurar que um nível apropriado de política monetária acomodatícia se mantém".
Com estas palavras, Draghi vem assim reforçar as expectativas que já existiam de que na reunião de Dezembro o BCE irá avançar com mais medidas de estímulo, que poderão passar por reforçar o programa de compra de activos e descer ainda mais a taxa dos depósitos, que já está em valores negativos.
O presidente do BCE também admitiu prolongar o programa de compra de activos actualmente em vigor além de Setembro de 2016. O discurso de Draghi já teve efeitos no mercado, com os investidores a darem agora como certa uma descida de 10 pontos base na taxa de juro dos depósitos, actualmente em -0,2%, refere a Bloomberg.
Esta perspectiva já tinha sido dada na última reunião do BCE, sendo que desde então o Eurostat revelou que a inflação na Zona Euro baixou para 0% em Outubro. As estimativas do BCE de Setembro, publicadas após a reunião de política monetária realizada nesse mês, apontavam então para uma inflação de 1,1% em 2016 e 2,7% em 2017. Mas foi depois da reunião de Malta em Outubro, que, disse Draghi, "pedimos a todos os comités relevantes e à equipa do BCE para preparar da eficácia relativa de diferentes opções para a reunião de Dezembro". Por isso, acrescentou, "iremos decidir com base nisso. Veremos se são necessários mais estímulos".
Em cima da mesa dos membros do BCE, na reunião de 3 de Dezembro, vão estar assim várias opções de reforço dos estímulos, quer em termos de dimensão, duração e composição (dos activos a comprar).