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Brasil baixa juros pela segunda vez consecutiva

Depois da redução de Outubro, o banco central brasileiro voltou a baixar a taxa de referência em mais 0,25 pontos na reunião de Novembro que terminou esta quarta-feira, 30 de Novembro.

O Brasil continua no top 5 dos maiores credores dos EUA, apesar de ter vindo a diminuir os títulos de dívida norte-americano detidos. Algumas economias emergentes em dificuldades têm vendido obrigações norte-americanas detidas nas suas reservas para conter as descidas das suas próprias moedas. O Brasil tem 246,4 mil milhões de dólares aplicados em dívida norte-americana, menos 15 mil milhões que há um ano.
30 de Novembro de 2016 às 20:36
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Os dados económicos pouco animadores no curto prazo levaram o banco central do Brasil a baixar, pela segunda reunião consecutiva, a taxa de juro de referência, designada de Selic.

Depois da reunião de Outubro na qual baixou 0,25 pontos percentuais, o banco central decidiu na reunião desta quarta-feira, 30 de Novembro, voltar a baixar a taxa em mais 0,25 pontos, colocando-a nos 13,75%, o valor mais baixo do último ano e meio.

O banco central fez o anúncio depois de conhecido que o PIB do Brasil contraiu entre Julho e Setembro pelo sétimo trimestre consecutivo, prolongando a recessão da maior economia da América Latina.O PIB contraiu 0,8% no terceiro trimestre, face aos três meses anteriores, depois de uma descida de 0,4% entre Abril e Junho. Em termos homólogos – face ao mesmo período do ano passado – o PIB brasileiro encolheu 2,9%, depois de uma contracção homóloga de 3,6% no trimestre anterior.

Em comunicado, a entidade de política monetária brasileira explica a descida pelo "conjunto dos indicadores divulgados desde a última reunião do Copom [Comité de Política Monetária]", que, acrescenta, "sugere actividade económica aquém do esperado no curto prazo, o que induziu reduções das projecções para o PIB em 2016 e 2017". Acreditando o banco central que a retoma económica pode, assim, "ser mais demorada e gradual do que a antecipada previamente".

Quanto à inflação, o banco central diz que se mostrou "mais favorável do que o esperado, em parte em decorrência de quedas de preços de alimentos, mas também com sinais de desinflação mais difundida". E estima uma inflação para este ano de 6,6% e para 2017 de 4,7%. Para 2018, as projecções são de 3,6% e 4,6% nos cenários de referência e mercado, respectivamente. A inflação está ainda acima da meta para 2017. E por isso a Globo cita economistas dizendo que o banco central vai continuar a reduzir a Selic nos próximos meses.


A evolução interna dita esta descida mas o comité de política monetária dá outra explicação, baseada em factores externos. "Há uma elevada probabilidade de retomada do processo de normalização das condições monetárias nos EUA no curto prazo", diz o comité, mas acrescenta-lhe "incertezas quanto ao rumo de sua política económica". 

Os analistas até já antecipavam um corte desta dimensão, menor do que o estimado num momento anterior à vitória de Trump. Segundo a Globo, "a decisão do BC confirmou a expectativa da maior parte dos economistas do mercado financeiro, que reduziram, nas últimas semanas, a previsão para o tamanho do corte: de 0,50 para 0,25 pontos percentuais (que se confirmou). O motivo foi a vitória de Donald Trump nas eleições dos EUA, que espalhou incertezas nos mercados, gerou alta do dólar e queda da bolsa nas economias emergentes".




(Notícia actualizada às 20:50 com mais informações)
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