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BCE reduz compras a metade pelo menos até Setembro de 2018

O Banco Central Europeu anunciou que prolongará o programa de compra alargada de activos pelo menos até Setembro de 2018, mas apenas a 30 mil milhões de euros por mês, metade dos actuais 60 mil milhões. Taxas de juro ficam nos actuais níveis pelo menos até final do próximo ano.

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26 de Outubro de 2017 às 12:52
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O BCE prolongará o programa de compra de activos por tempo indefinido, e pelo menos até Setembro do próximo ano, mas a partir de Janeiro avançará um ritmo mensal de compras de 30 mil milhões de euros, inferior ao actuais 60 mil milhões de euros.

A decisão era esperada há meses, com várias hipóteses em cima da mesa: seis meses a 40 mil milhões de euros por mês (240 mil milhões de euros no total); nove meses a 30 mil milhões (270 mil milhões de euros) e 12 meses a 20 mil milhões de euros (240 mil milhões de euros).

Em reação ao anúncio do BCE, pelas 13:15 mínutos de Lisboa, as bolsas europeias acentuaram ligeiros ganhos, o euro acentou a queda face ao dólar (-0,5% no dia) para 1.1752 dólares, e as taxas de juro da dívida cairam ligeiramente, com os juros a 10 anos de Portugal a recuarem cerca de 2 pontos base no dia para 2,290%. 

Além do volume de compras adicional, na análise do apoio que o BCE continuará a dar à economia europeia era também importante perceber se o BCE daria já por finalizado o seu programa após esta extensão (o que não fez); se continuaria a reinvestir o dinheiro dos títulos da sua carteira que chegam à maturidade (um compromisso que continua a assumir); e que sinais daria em termos de orientação futura das taxas de juro – "forward guidance" – (tendo sinalizado a continuação das actuais taxas até pelo menos o final do próximo ano)

Em comunicado o banco central diz que "a partir de Janeiro de 2018 as compras líquidas devem continuar a um ritmo mensal de 30 mil milhões de euros até Setembro de 2018, ou para lá dessa data, se necessário, e em qualquer caso até que o Conselho veja um ajustamento sustentado da trajectória de inflação consistente com o seu objectivo de inflação", sendo que se o BCE se reserva o direito de voltar a aumentar o programa em duração e dimensão caso "as perspectivas se tornem menos favoráveis, ou se as condições financeiras se tornarem inconsistentes com progressos adicionais em direcção a um ajustamento sustentado na trajectória de inflação".

O reinvestimento dos títulos que cheguem à maturidade também continuará "por um logo período de tempo após a conclusão das compras líquidas de activos, e em qualquer caso até que se considerar necessário", continua ainda a instituição no mesmo comunicado, onde considera que esta medida – que garante a manutenção da dimensão do balanço do BCE mesmo após a conclusão do programa de compras – "contribuirá tanto para condições de liquidez favoráveis, como para uma orientação da política monetária apropriada".

Finalmente, as taxas de juro continuam as mesmas – 0% na taxa central, -0,4% na taxa de depósitos e +0,25% na taxa de empréstimos adicionais – e por aí ficarão também "por um longo período de tempo, e bem para lá do horizonte de compras líquidas de activos", avança ainda o banco central, sinalizando uma política prolongada de apoio à economia europeia.

Em termos de condições de financiamento ao sistema financeiro, o BCE garante que nos empréstimos semanais e a três meses continuará a ceder liquidez aos bancos a taxa de juro fixa e sem limites de montantes (para lá dos colaterais que estes conseguirem entregar), e que este procedimento se manterá "enquanto for necessário e pelo menos até ao final" de 2019.


As decisões serão explicadas por Mario Draghi em conferência de imprensa pelas 13:30 de Lisboa.

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