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BCE fala no regresso à normalidade na política monetária
Em Lisboa, o membro da comissão executiva do BCE, Yves Mersch, defendeu que há princípios a cumprir no regresso a política monetária mais convencional.
O Banco Central Europeu tem princípios a cumprir no regresso a uma política monetária mais regular, quando recuar das medidas não convencionais, como a compra de dívida, que implementou nos últimos anos, segundo Yves Mersch, membro da comissão executiva da autoridade monetária.
Na sua intervenção na conferência sobre gestão de risco dos bancos centrais, que decorreu esta segunda-feira, 25 de Setembro, em Lisboa, Mersch defendeu que a gestão de risco do Eurosistema "foi bem-sucedida" por ter conseguido responder à tempestade em curso.
"A razão [para esse sucesso] é que foram seguidos princípios estáveis quando a dimensão das operações, os activos aceites como colaterais ou os tipos de operações mudaram", declarou o membro da equipa liderada por Mario Draghi.
"Protecção, consistência, simplicidade e transparência". São estes os quatro princípios que têm de ser seguidas pelos bancos centrais, segundo o membro da comissão executiva do BCE, Yves Mersch. Evitar riscos desnecessários, impor medidas consistentes com a política geral, seguir regras percebidas por todos e prever os resultados das operações são, então, os aspectos a orientar o BCE:
São estes princípios que, disse Mersch, guiaram e têm de continuar a orientar Frankfurt - segundo declarou Yves Mersch, estes princípios não foram criados aquando da implementação das medidas não convencionais, como a aquisição de obrigações, mas antes disso.
"Olhando em frente, podemos já começar a pensar sobre o enquadramento da gestão de risco financeiro que será mais apropriado para um banco central que regressou a um ambiente mais convencional na condução da política monetária, ainda que seguindo estes princípios", explicou.
As palavras de Mersch são dadas quando os bancos centrais um pouco por todo o mundo começam a voltar atrás nas medidas que implementaram após a crise financeira iniciada em 2007 e intensificada, no caso da Zona Euro, aquando a crise da dívida. O BCE já adiantou que em Outubro deverá haver decisões sobre os estímulos dados à região.