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Draghi: Subida de "rating" da S&P reflecte recuperação de Portugal e da Zona Euro

A subida de Portugal a nível de investimento pela Standard&Poor's reflecte a recuperação da economia portuguesa e as reformas do passado, mas é também um sinal da recuperação da Zona Euro, defende o Presidente do BCE, que continua a defender muita cautela numa eventual redução de estímulos.

Bruno Simão
25 de Setembro de 2017 às 16:46
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Mario Draghi vê na subida de "rating" atribuido pela S&P a Portugal uma boa noticia que reflecte a recuperação nacional, mas também a melhoria mais geral da economia da Zona Euro. Numa intervenção no Parlamento Europeu, o presidente do BCE mostrou-se confiante quanto à recuperação da economia da Zona Euro, mas cauteloso nos seus impactos na inflação e nas consequências nos planos de redução de estímulos pelo banco central.

"A revisão do 'rating' português pela S&P traduz a melhoria geral do país, as reformas que foram feitas e, de forma mais geral, traduz a melhoria geral da economia da Zona Euro da qual, como disse na minha intervenção inicial, todos os países beneficiam" afirmou Mario Draghi em resposta a Pedro Silva Pereira, eurodeputado socialista, quando questionado sobre a decisão da S&P de subir o 'rating' nacional e da Moody’s de baixar o rating britânico.

Na intervenção inicial, Draghi descreveu o que chamou de actual circulo virtuoso positivo que está em funcionamento na Zona Euro, após vários anos de um círculo vicioso negativo: "Fragilidades institucionais, fragilidades estruturais e excessiva tomada de riscos contribuíram para uma relação negativa entre soberanos e bancos em alguns países, o que limitou significativamente a transmissão da política monetária. A contracção resultante da Zona Euro ameaçou a estabilidade de preços, o nosso objectivo principal. Ultrapassar este circulo vicioso requereu um esforço considerável" disse, para acrescentar de seguida que este "padrão agora funciona ao contrário, com contágios positivos de todos os países. Todos estão a beneficiar das nossas medidas para suportar o crescimento em toda a Zona Euro e assim estabelecer as bases para um retorno sustentado da inflação para níveis em linha com o nosso objectivo".

O presidente do BCE falou aos eurodeputados na sua terceira visita regular anual ao Parlamento Europeu, na qual repetiu as principais ideias que tem vindo a defender nas últimas semanas: a recuperação da Zona Euro está a ganhar ímpeto, mas a sua tradução em mais inflação está a levar tempo e é por isso preciso prudência e calma na alteração dos estímulos monetários no terreno.

"A recuperação firme da economia ainda precisa de se traduzir de forma mais convincente em dinâmicas de inflação mais fortes". "Estamos a ficar mais confiantes que a inflação vai evoluir para níveis em linha com o nosso objectivo de inflação, mas também sabemos que um grau elevado de estímulos monetários ainda são necessários para que essa trajectória se concretize", afirmou Mario Draghi.

Sem avançar qualquer pormenor sobre o debate e as decisões que poderão surgir na próxima reunião do BCE sobre a revisão da actual política de estímulos, em Outubro, Draghi repetiu que "precisamos de ser pacientes e persistentes" para que a inflação recupere.
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