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BCE deverá seguir passos da Fed e adotar meta para a inflação flexível acima de 2%

Esta quinta-feira vão ser divulgados os resultados da revisão dos mandatos do Banco Centro Europeu (BCE), a primeira dos últimos vinte anos. Entre os destaques estará uma alteração à meta da inflação.

Christine Lagarde, líder do BCE, tem pela frente a missão de manter os investidores calmos, em mais uma reunião de política monetária.
Ralph Orlowski/Reuters
08 de Julho de 2021 às 08:05
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O Banco Central Europeu (BCE) deverá anunciar uma alteração à sua meta de inflação nesta quinta-feira, no dia em que Christine Lagarde, presidente da entidade europeia, vai apresentar os resultados da revisão estratégica dos mandatos do banco, que deverá trazer mudanças pela primeira vez em vinte anos. 

De acordo com a Bloomberg, que cita fontes próximas do BCE, Lagarde deverá anunciar que os membros do banco chegaram a acordo para permitirem que a meta da inflação seja revista em alta, acima dos atuais 2%, de forma a permitir que este indicador supere este patamar durante um certo período de tempo.

A confirmar-se, esta decisão marca uma profunda alteração no seio do BCE face à meta que vem sendo usada de "abaixo, mas perto dos 2%", que muitos decisores de política monetária consideravam demasiado vaga. A renovação da estratégia pode dar ao BCE uma justificação para continuar a sustentar uma política monetária ultra-acomodatícia por mais tempo, à medida em que a entidade se tem vindo a esforçar por atingir a sua meta da inflação, mas quase sempre sem sucesso.

Será também uma altura em que Lagarde irá dar algumas pistas sobre a política de curto-prazo do BCE sobre a atual atuação do banco, numa altura em que se começa a falar de uma retirada gradual do seu programa de compra de ativos extraordinário (PEPP) avaliado em 1,85 biliões de euros.

O comunicado com a revisão será divulgado às 13:00 horas de Frankfurt (12:00 horas em Lisboa) e Lagarde fará uma apresentação 90 minutos depois.

Esta revisão por parte do BCE deverá seguir a mesma linha da revisão dos mandatos da Reserva Federal dos EUA, em setembro do ano passado. Na altura, o banco central norte-americano adotou um objetivo móvel para a inflação, que permite a este indicador estabelecer-se acima dos 2% por largos períodos. Isto para que Jerome Powell, o líder da instituição, tenha mais flexibilidade para manter as taxas de juro em mínimos históricos e continuar a injetar dinheiro na economia, sem ter de olhar em caso de subida desmedida dos preços.

À imagem do BCE, também a Fed tem falhado em a sua antiga meta dos 2% - até à recente escalada devido à recuperação económica. Desde 2012, quando a Reserva Federal norte-americana estabeleceu a meta para a inflação nos 2%, a média dos preços foi de 1,4% até setembro do ano passado. E para se conseguir uma taxa de inflação média anual de 2% é preciso contar os trimestres desde os últimos três meses de 1989.
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