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Bazuca do BCE vai continuar a disparar, mas a um ritmo "moderadamente mais lento"

Após o anúncio das decisões tomadas na reunião desta quinta-feira, a presidente do banco central, Christine Lagarde, irá explicá-las em conferência de imprensa, a partir das 13h30.

Christine Lagarde, presidente do BCE, frisou que as condições de financiamento devem manter-se favoráveis.
Olivier Matthys/Reuters
09 de Setembro de 2021 às 12:48
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O Banco Central Europeu (BCE) vai desacelerar a compra de dívida da Zona Euro, invertendo o caminho que tinha tomado em março. A decisão foi tomada na reunião do Conselho de Governadores desta quinta-feira e responde às expetativas do mercado. Christine Lagarde tem sido pressionada para abrandar o ritmo dos estímulos, mas a líder da autoridade monetária tem a tarefa de evitar um derrame no mercado.

"Com base numa avaliação conjunta das condições de financiamento e do outlook de inflação, o Conselho de Governadores considera que as condições favoráveis de financiamento podem ser mantidas com um ritmo moderadamente mais lento das compras líquidas do PEPP [Programa de Compras de Emergência Pandémica] do que nos últimos dois trimestres", anunciou o Conselho de Governadores, em comunicado, após o encontro desta manhã.

A decisão representa uma inversão face ao que Lagarde tinha feito em março. Na altura, anunciou que iria aumentar "significativamente" o ritmo. E agora, inverteu o caminho, numa altura em que a inflação e a retoma da economia estão a criar pressão para uma retirada dos estímulos, em linha com o que os EUA estão a fazer.

Apesar do anúncio da desaceleração, nenhuma alteração foi ainda feita aos montantes a alocar. O Conselho do BCE continuará a realizar aquisições líquidas de ativos ao abrigo do PEPP, com uma dotação total de 1,85 biliões de euros, "no mínimo, até ao final de março de 2022 e, em qualquer caso, até considerar que o período de crise do coronavírus terminou".

Além deste envelope de emergência, as aquisições líquidas ao abrigo do programa que já decorria antes do coronavírus (o APP) irão prosseguir a um ritmo mensal de 20 mil milhões de euros. "O Conselho do BCE continua a esperar que as aquisições mensais líquidas de ativos no contexto do APP decorram enquanto for necessário para reforçar o impacto acomodatício das suas taxas diretoras e que cessem pouco antes de começar a aumentar as taxas de juro diretoras do BCE", diz o comunicado.

Mesmo depois disso, irá reinvestir, na totalidade, os pagamentos de capital dos títulos vincendos adquiridos no âmbito do APP durante um "período prolongado" após a data em que comece a aumentar as taxas de juro diretoras do BCE e, em qualquer caso, enquanto for necessário para manter condições de liquidez favoráveis e um nível amplo de acomodação monetária.


Os juros continuam em mínimos históricos e não deverão mudar tão cedo. A taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito permanecerão inalteradas em 0,00%, 0,25% e −0,50%, respetivamente.

"Com vista a apoiar o seu objetivo simétrico de inflação de 2% no médio prazo e em consonância com a sua estratégia de política monetária, o Conselho do BCE espera que as taxas de juro diretoras do BCE permaneçam nos níveis atuais ou em níveis inferiores até observar que a inflação atinge 2%, muito antes do final do horizonte de projeção e de forma durável durante o resto do horizonte de projeção, e considerar que os progressos realizados em termos de inflação subjacente estão suficientemente avançados para serem consentâneos com uma estabilização da inflação em 2% no médio prazo", acrescenta.

Após o anúncio das decisões tomadas na reunião, a presidente Lagarde irá explicá-las em conferência de imprensa, a partir das 13h30.

(Notícia atualizada às 13:00 horas)

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