Notícia
Banco central alemão dá "luz verde" a que o BCE avance com estímulos em Junho
Bundesbank está disposto a aceitar que o BCE passe a cobrar aos bancos pelos depósitos junto do banco central e que avance com um programa de compra de activos, segundo o “The Wall Street Journal”.
O banco central nacional mais poderoso do eurossistema, liderado por Jens Weidmann (na foto, à direita de Mario Draghi), admite dar a sua aprovação a que o Banco Central Europeu desça para “terreno” negativo a taxa dos depósitos, actualmente em zero, ou seja, passar a cobrar aos bancos quando estes “estacionam” liquidez no banco central.
Existe também abertura no Bundesbank para que o banco central avance para um programa de expansão monetária e compra de créditos titularizados aos bancos. O objectivo imediato é pressionar as taxas de juro no mercado e estimular a concessão de crédito.
O objectivo último é o de estimular a inflação na Zona Euro. Estas medidas podem avançar caso as projecções trimestrais actualizadas do “staff” de economistas do BCE, a divulgar em Junho, indicarem que a inflação acelerará mais lentamente do que o previsto.
A próxima reunião do conselho de governadores do BCE acontece a 5 de Junho. Nessa manhã, serão divulgadas as projecções económicas do “staff”. Neste momento, o BCE antecipa que a inflação seja de 1%, em média, este ano, 1,3% no próximo ano e 1,5% em 2016. No final de 2016, a inflação rondará os 1,7%, dizem as projecções actuais.
Um “cocktail” de medidas anti-crise
O “The Wall Street Journal”, que cita fontes próximas do processo, diz que na reunião de Junho não só a taxa dos depósitos pode passar para “terreno” negativo mas também a taxa de juro de referência poderá cair face ao actual mínimo histórico de 0,25%. Economistas têm indicado que pode haver um corte de 10 ou 15 pontos-base, para 0,15% ou 0,10%, respectivamente.
Mas o Bundesbank dá também a sua “bênção” a que o BCE alargue a garantia de “full-allotment” de meados de 2015 para meados de 2016. Isto significa que os bancos vão, por mais tempo, ter garantido que recebem toda a liquidez junto do BCE contra a qual conseguem apresentar colateral. Novos empréstimos de longo prazo podem também ser equacionados, diz o jornal.