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UE avisa EUA que relação comercial bilateral vai mudar com Brexit
O negociador-chefe da União Europeia para o Brexit, Michel Barnier, advertiu esta quarta-feira os empresários dos EUA que a relação comercial transatlântica "não voltará a ser como era" depois da saída do Reino Unido da União Europeia.
"Os negócios não vão voltar a ser o que eram devido ao Brexit. Esta é a verdade. E deveríamos preparar-nos para qualquer tipo de cenário, incluindo o de falta de acordo", declarou Michel Barnier (na foto) a um grupo de empresários, com quem se reuniu esta quarta-feira, durante uma conferência organizada pela Câmara de Comércio dos EUA, em Washington.
O funcionário europeu recordou aos presentes que o Reino Unido decidiu abandonar de "maneira automática" os 750 acordos internacionais que o vinculam ao continente europeu e que, além disso, definiu uma série de 'linhas vermelhas' para marcar a relação com os seus antigos parceiros.
"Não se querem submeter à Justiça europeia, nem aceitar a liberdade de movimentos, nem continuar a pagar à União Europeia", lamentou Barnier, que declarou que respeita a decisão britânica, mas defendeu que chegou o momento de concretizar a saída do Reino Unido, depois do referendo de 2016.
Barnier sublinhou que "fora" do mercado único europeu é necessário submeter-se a uma série de controlos, pelo que convidou os norte-americanos a "analisarem o seu nível de exposição" ao Reino Unido antes de este sair da União Europeia, o que está previsto para Março de 2019.
A saída do Reino Unido da União Europeia continua assim a marcar a agenda internacional e estava já previsto que o principal negociador da União Europeia para o Brexit falasse hoje em Washington sobre as conversações da UE com o Reino Unido e a relação entre as duas partes após a saída dos britânicos do bloco europeu.
Esta semana o governo de Theresa May teve várias baixas. A última delas, aprovada pela mesma, foi a de Boris Johnson, que largou a pasta dos Negócios Estrangeiros, tendo sido substituído por Jeremy Hunt. Antes desta mudança, David Davis, o ministro do Brexit, abdicou da posição, e saiu acompanhado de Steve Baker, o seu número dois.
Os ministros demitiram-se por não se reverem no plano para o Reino Unido que May está a delinear para quando o país sair da União Europeia e que aponta para um "soft Brexit".