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UE "100% contra" quotas nas importações automóveis
No mesmo dia em que Trump se demonstra confiante no desenrolar das negociações comerciais com o Japão, os líderes da UE deixam claro que a imposição de quotas sobre as importações de automóveis europeus pelos Estados Unidos não será aceite como uma opção válida pela Europa.
Os Estados Unidos têm vindo a ameaçar com a imposição de tarifas sobre importações do setor automóvel europeu. Uma segunda hipótese para limitar estas importações é a definição de quotas – algo que é veementemente rejeitado pelos líderes do bloco europeu.
"Isso é algo acerca do qual estamos completamente contra", afirmou esta segunda-feira, 27 de maio, a ministra do comércio sueca, Ann Linde, à entrada de um encontro em Bruxelas com os seus pares, onde serão debatidas as negociações com os Estados Unidos relativamente às tarifas industriais e à ameaça de Donald Trump de impor direitos aduaneiros adicionais sobre as importações de automóveis.
Também o representante do ministério dos Negócios Estrangeiros presente, Jean-Baptiste Lemoyne, ecoou esta posição ao garantir que a União Europeia (UE) pretende respeitar os critério da Organização Mundial do Comércio, os quais são incompatíveis com a imposição de quotas.
O presidente dos Estados Unidos tinha até sexta-feira, 15 de maio, para decidir acerca da imposição ou não de tarifas à importação de automóveis. Ao invés, nesse dia optou por adiar por seis meses o seu veredicto, alargando desta forma o prazo para as negociações com a União Europeia e o Japão. Na altura defendeu, contudo, que as "condições internas de concorrência devem ser melhoradas através da redução de importações".
Japão terá decisão em agosto
O Presidente dos Estados Unidos declarou, também esta segunda-feira, no âmbito de uma visita oficial a Tóquio, que espera avanços em agosto nas negociações comerciais com a nação nipónica. "Acho que anunciaremos algumas coisas importantes provavelmente em agosto, o que será bom para os dois países", disse Donald Trump.
O Presidente norte-americano voltou a criticar o "tremendo desequilíbrio" no comércio entre o Japão e os Estados Unidos, uma alusão ao excedente japonês, uma das razões que motiva Washington a negociar um novo acordo com Tóquio.
Uma discussão antiga
A ameaça ao setor automóvel foi feita no ano passado mas, em julho, os Estados Unidos e a Europa concordaram suspender essa aplicação enquanto as duas partes negociavam novas relações económicas.
O presidente dos Estados Unidos ameaçava impor uma taxa alfandegária de 25% sobre os automóveis e peças automóveis importadas, alegando razões de segurança nacional, os mesmos motivos que justificaram a aplicação de tarifas sobre o aço e o alumínio.