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Trump demite director de comunicação Anthony Scaramucci

Anthony Scaramucci aguentou 10 dias no cargo de director de comunicação da administração de Donanld Trump.

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O presidente dos Estados Unidos decidiu afastar Anthony Scaramucci do cargo de director de comunicação da Casa Branca, noticiou o The New York Times. O antigo banqueiro não resistiu à revelação de uma conversa com um jornalista onde insultou vários membros da administração norte-americana, ficando no cargo pouco mais de uma semana.

 

De acordo com o jornal norte-americano, a decisão de afastar Scaramucci terá partido de John F. Kelly, o general que Trump escolheu para ser o seu novo chefe de gabinete, substituindo Reince Priebus, precisamente um dos alvos de Scaramucci.

 

O The New York Times revela que Kelly comunicou que será ele a assumir a área de comunicação, sendo que Scaramucci reportava directamente ao presidente. Entretanto a Casa Branca já confirmou a saída de Scaramucci. O agora ex-director de comunicação "achou que seria melhor dar ao chefe de gabinete John kelly carta branca e a capacidade para construir a sua própria equipa", refere um comunicado emitido pela Casa branca.


A saída de Scaramucci é mais um episódio dos dias conturbados que se vivem na Casa Branca, com demissões e saídas de responsáveis com lugares-chave na administração norte-americana e a incapacidade desta em implementar a sua agenda. Contudo, há poucas horas Donald Trump usou o Twitter para negar a existência de caos em Washington, destando os bons dados económicos e a subida da bolsa para máximos históricos. 

 

Já algumas horas depois de ser noticiada a saída de Scaramucci, Trump regressou ao Twitter para, numa curta mensagem, dizer que hoje foi um "grande dia" na Casa Branca.


Entrada a pés juntos

 

A escolha de Scaramucci visava melhorar a comunicação da Casa Branca, mas nos 10 dias em que assumiu cargo, o ex-banqueiro tornou-se mais uma fonte geradora de centenas de notícias e milhares de reacções nas redes sociais.

 

Executivo da alta finança de Wall Street, Scaramucci foi a escolha de Trump para implementar os aspectos-chave da agenda do presidente e melhorar a percepção pública das "conquistas" da administração norte-americana, depois da saída do seu antecessor Mike Dubke e de também Sean Spicer, porta-voz da Casa Branca, ter deixado o cargo por discordar da nova nomeação.

 

Scaramucci entrou a pés juntos e prometeu demitir todos os responsáveis pelas fugas de informação que nos últimos meses tanta dor de cabeça têm dado a Trump, embora o próprio tivesse assumido ser impossível reduzir a zero a saída não autorizada de informação para os jornais. "A política do ‘apanhei-te’ acabou. Tenho uma pele dura e estamos a implementar a agenda do presidente para servir o povo americano," garantiu num dos primeiros tweets depois de tomar posse.

 

Mas o principal motivo para a saída de Scaramucci terá sido quando a The New Yorker, na quinta-feira, deu a conhecer extractos de uma conversa entre Scaramucci e um jornalista da publicação, Ryan Lizza, na qual aquele tentava identificar a fonte de mais uma fuga de informação.

 

Lizza recusou dar o nome, apesar da insistência, e o director de comunicação ameaçou despedir todos os que pudessem ter passado a informação. A conversa que se seguiu foi reproduzida porque o visado não terá pedido que fosse "off the record".

 

Daí em diante, lê-se na publicação, Scaramucci entrou em roda livre e disparou em todas as direcções. Contra Reince Priebus – o chefe de gabinete de Trump, que sempre se opôs à entrada do empresário na equipa - "Reince é um esquizofrénico paranóico, um paranóico". Cerca de 24 horas depois da publicação das declarações, Priebus foi substituído por John F. Kelly, o secretário da Segurança Interna - como o próprio Scaramucci tinha confidenciado ao jornalista.

Também o estratega de Trump, o nacionalista Steve Bannon, foi incluído no rol de linguagem vulgar, acusado de ter sede de protagonismo: "Não sou Steve Bannon. Não procuro chupar o meu próprio pénis".

 

Declarações que causaram estupefacção e que, horas mais tarde, teriam reacção do próprio Scaramucci. "Cometi um erro ao confiar num jornalista. Não voltará a acontecer," escreveu no Twitter, no que pareceu ser o reconhecimento de mais uma etapa da aprendizagem em curso para lidar com o "pântano" de Washington.

Um ambiente em que poderia ter "mergulhado" antes, se a vontade de Trump não tivesse colidido com a de Priebus. Conta Lizza que o presidente queria contar com Scaramucci na equipa logo no início, em Janeiro, quando tomou posse.

 

Terá sido por isso que vendeu nesse mês a Skybridge Capital, uma gestora de hedge funds, que fundou em 2005, ao conglomerado chinês HNA, o mesmo que detém indirectamente 2,5% da TAP.

 
(notícia actualizada às 20:19 com mais informanção e confirmação da Casa Branca)

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