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Senado dos EUA não se entende sobre muro e mantém governo em "shutdown"

Sem solução para o impasse, o Senado não deve voltar a reunir-se na segunda-feira, véspera de Natal, estando a próxima sessão plenária marcada para a próxima quinta-feira.

22 de Dezembro de 2018 às 22:13
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O Senado norte-americano encerrou a sessão deste sábado sem um acordo sobre a questão do muro com a fronteira do México, estando a próxima sessão plenária marcada para quinta-feira.

 

Um acordo era necessário para impedir a paralisação parcial ("shutdown") do governo mas as negociações arrastam-se sobre o financiamento para a construção de um muro na fronteira com o México, uma promessa eleitoral do Presidente Donald Trump.

 

O líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, encerrou a sessão de hoje sem soluções e as conversações decorrem no Capitólio (sede do Congresso, formado pelo Senado e Câmara dos Representantes), envolvendo o vice-Presidente, Mike Pence, e o líder democrata no Senado, Chuck Schumer.

 

Sem solução para o impasse, o Senado não deve voltar a reunir-se na segunda-feira, véspera de Natal, estando a próxima sessão plenária marcada para a próxima quinta-feira.

 

Já hoje os líderes democratas responsabilizaram o Presidente dos Estados Unidos pela paralisação parcial do Governo federal, acusando-o de assumir uma "birra", poucas horas depois de Donald Trump os ter culpado pela ausência de acordo orçamental.

 

Vários serviços da administração norte-americana fecharam à meia-noite (05:00 em Lisboa) depois do impasse entre Trump e o Congresso sobre o financiamento para a construção de um muro na fronteira com o México.

 

Alguns dos serviços do Governo federal dos EUA deixaram hoje de ter financiamento e enfrentam uma paralisação parcial devido à falta de entendimento entre a Câmara dos Representantes, Senado e o Presidente norte-americano, Donald Trump.

 

Esta é a terceira paralisação parcial em 2018, mas desta feita Trump garante que está disposto a manter o ‘braço-de-ferro’ para garantir fundos para construir um muro na fronteira com o México, uma das suas mais mediáticas promessas eleitorais.

 

Na quinta-feira, o Congresso parecia ter encontrado um consenso para financiar o Governo, sem incluir fundos para o muro, mas tudo mudou quando Trump assegurou que não assinaria a lei sem que fosse assegurada essa verba, no valor de 5,7 mil milhões de dólares (cinco mil milhões de euros).

 

O Presidente dos Estados Unidos olha para estas negociações como a sua última oportunidade para obter fundos para a construção do muro na fronteira no sul do país, uma vez que em janeiro os democratas passam a controlar a Câmara dos Representantes (como resultado do último acto eleitoral de novembro).

 

Donald Trump considera esta obra essencial para assegurar a proteção da fronteira com o México, contra imigrantes ilegais e o tráfico de droga.

 

O Presidente norte-americano também chegou a avançar com a possibilidade de se usar o dinheiro remanescente do acordo comercial com o México para construir o muro, mas, entretanto, recuou para a sua posição inicial, defendendo que deve ser o Congresso a garantir a verba.

 

"Birra"

 

O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, e a líder democrata da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, afirmaram que Trump "conseguiu o que queria", depois de ameaçar por diversas vezes com uma paralisação.

 

Os democratas alegaram que o muro é "ineficaz e caro" e sublinharam que Trump "convenceu os republicanos a empurrar a nação para uma destrutiva paralisação no meio da temporada de festas".

 

Pelosi e Schumer avançaram que, se o impasse não for resolvido, os democratas vão aprovar uma lei que permita a reabertura dos serviços governamentais assim que assumam a maioria da Câmara dos Representantes em janeiro.

 

Trump, por sua vez, culpou os democratas por este desfecho e apelou a negociações para alcançar um consenso, dizendo esperar que a paralisação não se prolongue por muito tempo.

 

"Nós vamos ter uma paralisação, não há nada que possamos fazer sobre isso porque precisamos que os democratas nos deem os seus votos", argumentou Trump num vídeo que partilhou na rede social Twitter logo após o Congresso ter concluídos os trabalhos face à ausência de acordo.

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